Wilians Geminiano, editor da FonteMidia Americas.
A pessoa compra "SmartPhoneS5 Dual Chip" em loja virtual por R$400 e depois reclama que foi enganada porque pensou que era outro o produto que desejou, bem diferente daquele que recebeu.
Por que isso acontece?
A Internet oferece facilidades incontáveis para a aquisição de produtos e serviços. Vários sites de pesquisa de preços trazem na tela do computador ofertas incríveis, algumas realmente muito boas, outras nem tanto, mas uma devastadora quantidade de verdadeiras fraudes. E o consumidor ávido por ofertas e, acreditando mesmo estar levando vantagem, cai na armadilha.
De quem é a culpa? Certamente de muita gente
Do consumidor, que deveria ser mais atento à descrição do aparelho e notar que em nenhum lugar do site ele encontra a marca do produto original, mesmo que no site a foto seja do produto desejado, com as mesmas características.
Da loja, porque ela se utiliza de subterfúgios para induzir o cliente ao erro e compra de um produto como se fosse outro.
A administradora do cartão de crédito e o administrador do serviço de hospedagem também poderiam ter mais cuidado para aprovar a montagem da loja e o uso da bandeira do cartão na transação.
É muito fácil montar uma loja online no Brasil, mesmo porque também muitos sites oferecem sistemas prontos e os estelionatários também podem hospedar suas lojas no exterior, o que dificulta o consumidor de tomar algum tipo de providência.
Presenciei um caso em que o consumidor ligou para o serviço de hospedagem no Brasil e a loja online foi imediatamente desconectada. Na administradora ele conseguiu o cancelamento da fatura. Fez isso porque o produto não chegou no prazo prometido (leia-se: contratado).
Uma ajuda preciosa nesta hora são os serviços de pagamento online que permitem cancelar a compra se ela for efetuada a partir de seu sistema e se o produto não chegar em até 15 dias.
De fato, uma grande vantagem, no entanto é possível verificar que a lista de lojas cadastradas nestes serviços é frequentemente atualizada, sendo que muitas lojas desaparecem da lista e do mapa.
Isso mostra que a seleção de lojas é falha e que o cuidado necessário não é tomado pelo administrador do serviço de pagamento online. Apesar disso tudo, esta modalidade se mostra mais segura do que realizar a compra diretamente na loja virtual, sem este tipo de intermediário, que é mantido por grandes empresas que atuam no mercado online.
CNPJ e endereço publicados no site ajudam, mas nem sempre
Recentemente o Código de Defesa do Consumidor passou a exigir que as lojas virtuais publiquem o número de inscrição na Receita Federal no site da loja online e também o endereço da empresa que mantém o comércio eletrônico. Mesmo assim não há garantia porque a fraude ainda é possível.
E quando se sabe o endereço físico da loja e ela permite comprar e retirar o produto no local, surge, então, uma garantia para o consumidor ter o produto em suas mãos. É possível encontrar também lojas que não cumprem esta regra.
Recentemente necessitei de um equipamento fotográfico, fiz a pesquisa e encontrei uma oferta, liguei para a loja e fiz a compra lá mesmo no endereço da loja. Uma segurança a mais no processo.
Uma ajuda bem útil é ver se a loja foi relacionada na lista de sites não recomendados para se realizar compras online, atualizada regulamente pelo Procon. A lista já totaliza mais de 400 endereços desde 2011, quando passou a apresentar as empresas online com reclamações registradas na entidade.
Geralmente são lojas que se utilizam do meio online para enganar o consumidor e os tipos de irregularidades são várias, mas a principal delas é comprar e não entregar o produto. Vale a pena conhecer.
Cupons de descontos e falsas ofertas
Recentemente ganhamos de presente a decoração, o bolo e docinhos para a gestão de três anos do nosso pequeno Leonardo Augusto. A compra pela madrinha foi feita em um site de cupons de desconto. Tudo foi entregue, mas a qualidade era de terceira. Qual foi o erro? Não ter pesquisado antes para ver se a loja possuía reclamações. Sim, havia. E muitas.
Os serviços de cuponagem de descontos, as chamadas compras coletivas, caiu em desgraça no Brasil. Tanto que o maior serviço desta modalidade que atua no Brasil mudou de ramo: agora oferece “descontos” nas lojas cadastradas.
Ainda sobrevivem os serviços de hotéis e viagens. Eu mesmo participei de uma viagem e hospedagem por um serviço destes sem qualquer inconveniente. Talvez porque antes de efetivar a compra ligamos para o hotel e conferimos as condições.
Clubes e afins
Alguns magazines criaram seus Clubes de Descontos. Basta fazer uma pesquisa na Internet sobre o mesmo produto e veremos que o desconto oferecido em boa parte dos casos é uma grande mentira: os descontos podem ser grandes, mas para isso o valor é aumentado em algumas frações, maquiando-se a oferta.
Isso é estelionato, não é uma ofertar real. O mesmo acontece na Black Friday. Raramente uma oferta é real.
* Wilians Geminiano é editor da FonteMidia Americas.