É fato que Cloud Computing vem ganhando adeptos a cada dia. Empresas que ainda não tem nenhuma solução na Nuvem – ou, pelo menos, inserindo Cloud em suas estratégias de TI – são poucas. Hoje, 54% dos negócios no Brasil usam, de alguma forma, o conceito de Cloud Computing, segundo estudo do instituto Frost & Sullivan, e segundo o Gartner, até 2015, todas as empresas já terão feito suas primeiras experiências na nuvem. 

 
É importante deixar claro que, quando falamos de Cloud, aqui, estamos considerando a amplitude do termo: um grande leque de serviços considerados, como Nuvem Pública, Privada, Software como Serviço (SaaS), Infraestrutura como Serviço (IaaS), etc.
 
Cloud Computing, por si só, já trás bastantes ganhos quando falamos de infraestrutura ou software como serviços. Esses ganhos vêm principalmente na forma de redução de custo de infraestrutura / licenciamento e mais agilidade no provisionamento de serviços. Contudo, hoje as áreas de TI possuem altos investimentos em serviços de desenvolvimento e gerenciamento de aplicações customizadas, onde as ofertas de IaaS e SaaS possuem pouco a acrescentar. 
 
Dessa forma, vejo a Plataforma como Serviço (PaaS) como um verdadeiro pote de ouro de Cloud Computing! Utilizar PaaS é colher benefícios não apenas de uma infraestrutura na nuvem, escalável e com alta disponibilidade nativa, mas também é ter alta produtividade no desenvolvimento e manutenção de aplicações sob demanda. E é isso que o mercado busca: baixo custo (TCO) e diminuição do tempo de entrega.
 
Ainda existem barreiras e inseguranças. Entre elas, as principais ainda são 1) segurança (onde vão ficar meus dados? eles estarão seguros?); 2) confiança (e se der um problema, para quem eu recorro?); e 3) quebras de paradigmas e uso de tecnologias proprietárias dos fornecedores. Certamente existem respostas para todas essas perguntas, e algumas empresas já começam a colocar essas plataformas no seu portifólio de TI.
 
Plataforma como Serviço em detalhes
 
Uma plataforma como serviço é a soma da infraestrutura como serviço – infraestrutura elástica, robusta com custo proporcional ai uso e disponível em poucos minutos – com uma camada de middleware e/ou componentes prontos para uso construídos em cima dessa infraestrutura.
 
Em poucas palavras, PaaS permite que o desenvolvimento seja 100% focado no negócio, pois ela já direciona a arquitetura lógica e administra a arquitetura física de forma bem transparente. 
 
Na prática, temos algo impressionante: é possível desenvolver uma aplicação que vá demandar uma requisição por minuto (quase nada) ou 10 mil requisições por segundo (vazão bastante agressiva) da mesma forma, com o mesmo nível de preocupação do ponto de vista técnico, ou seja, apenas a codificação.
 
Outra grande vantagem da plataforma é a produtividade. O simples fato de não haver necessidade de ficar projetando balanceamento de carga, replicação, cluster, instalando e configurando middlewares (servidores de aplicação, banco de dados, etc.) já é um grande ganho. 
 
Além disso, os grandes fornecedores estão criando uma camada de componentes prontos para uso, APIs e aceleradores de desenvolvimento nessas plataformas, para cada vez mais acelerar o desenvolvimento, como é o caso do Google App Engine e do Force.com (Salesforce).
 
Postura para trabalhar com PaaS
 
Quando falamos de PaaS, o ponto-chave é que existe uma plataforma por trás. Ou seja, um fornecedor criou algo em cima da infraestrutura justamente para trazer benefícios e acelerar o desenvolvimento. 
 
Existe um grande esforço dos fornecedores para deixar essa camada o mais padrão possível, mas ainda existe uma boa parte que é proprietária. Ao adotar uma plataforma como serviço, é natural que se adote também essa camada proprietária que foi construída e disponibilizada, caso contrário não faz sentido trabalhar na plataforma, poderia se trabalhar direto na infraestrutura. 
 
É ela que permite dar um salto de produtividade e lidar com escalabilidade e disponibilidade de forma tão transparente. É uma decisão a ser tomada: menos custo e mais entregas contra o efeito “lock-in” das aplicações construídas nessa abordagem.
 
Pelos conceitos apresentados, as plataformas são muito eficientes para construção de novas aplicações. A migração de aplicações já existentes para elas é um processo custoso ou mesmo inviável (dependendo da tecnologia da aplicação atual e da plataforma almejada). 
 
Outro ponto é que essa abordagem possui restrições a produtos já prontos e que servem como base para desenvolvimento, como Sharepoint, Drupal, Magento etc. Caso haja necessidade de utilizar esses produtos, deve-se optar pela Infraestrutura como Serviço (IaaS), que permite maior flexibilidade e controle.
 
Em outras palavras, agilidade, inovação e mobilidade deixam de ser diferenciais para virarem questões de sobrevivência. Apesar das dúvidas e incertezas que rondam Cloud Computing, é uma realidade à qual as companhias devem se ajustar se quiserem se manter competitivas e na briga pela sua fatia. Esperamos que em um futuro próximo tenhamos mais padrões e regras de interoperabilidade para trazer mais tranquilidade ao mercado.
 
*Daniel Viveiros é especialista em Cloud e gerente da área na Ci&T