Já se passou o tempo em que os profissionais de TI de uma empresa tinham como foco de atuação fornecer informações aos grupos internos (áreas) da mesma e proporcionar benefícios a eles de acordo com as novas tecnologias.

Isso, hoje, nos parece algo técnico demais, distante demais das reais (e diversas) necessidades percebidas pelos funcionários de toda organização. Por ser responsável pelo ativo mais importante de qualquer empresa, a INFORMAÇÃO, o TI assume um papel estratégico nas mesmas.

Atualmente, além de terem de se adaptar a uma nova realidade, onde as mudanças de necessidade mudam a cada momento, os profissionais de TI também precisam saber o que é consumerização, quem é a geração Y, o que significa BYOD...e você? Sabe o que é isso tudo?

Consumerização é o termo dado para o uso de dispositivos pessoais no ambiente de trabalho: seja ele o notebook do funcionário, o smartphone ou o tablet. Quando se fala em consumerização, a sigla (BYOD) também é muito mencionada, originária do inglês ‘traga o seu próprio dispositivo’.

Junto com a consumerização surgem alguns riscos para a empresa relacionados à perda de dados, já que os dados armazenados em dispositivos móveis são mais facilmente perdidos. Além disso, o TI não consegue fazer a gestão desses dispositivos, perdendo, em muito, o controle sobre tudo que pode estar sendo feito neles: desde aplicações à atualizações, pessoais ou corporativas.

Geração Y é a geração dos nascidos entre meados dos anos 80 até meados dos anos 90, também conhecida como a geração da internet, são pessoas que hoje ocupam um grande número de cargos nas mais diversas empresas e que, no futuro, estarão em cargos de liderança com um modo diferente de ser, com características peculiares tais como a intimidade que possuem com as novas tecnologias, o uso assíduo das redes sociais, a impaciência, a capacidade de executar diversas tarefas ao mesmo tempo, a necessidade de estarem conectados e extremamente informados e a inquietude.

Mas afinal, o que tudo isso tem a ver com a minha empresa e meus profissionais de TI?

Cabe a ela conseguir transformar essa realidade em um benefício corporativo. Saber lidar com a questão de que seus funcionários trarão sim seus dispositivos móveis para o local de trabalho é essencial para empresas que querem se manter vivas no mercado.

O número de smartphones cresce de forma constante visto a queda do preço deles em comparação à celulares que são mais simples e sem acesso à internet, enquanto o acesso à internet, de acordo com a consultoria McKinsey, cerca de 30% das conexões à internet nos países emergentes (ou 310 milhões delas) são feitas por dispositivos móveis.

Ainda segundo projeções da consultoria, esse tipo de acesso à rede deve crescer no mundo todo nos próximos anos, chegando, em 2016, a 81% do total das conexões.

É possível deduzir que a sua empresa já possua, no mínimo, algumas pessoas com seus smartphones e que delas, um número considerável tem acesso à internet.

Perguntas como: “quantas vezes por dia meu funcionário acessa seu email pessoal”, “quantas vezes meu funcionário para seu trabalho para acessar suas redes sociais?”, “eu tenho controle sobre quantos funcionários fazem isso e com qual frequência?”, “eu imagino quanto em produtividade destes funcionários estou perdendo por eles estarem acessando seus dispositivos? (ou será que isso é positivo para minha empresa?)”, “qual a relação que devo manter com funcionários que levam seus dispositivos para o trabalho?”, etc, etc.

Aqui saliento a seguinte questão: apenas com essas perguntas que o empresário deve estar se fazendo sobre a consumerização, podemos perceber que isso não é uma questão que se restringe aos profissionais de TI, certo?

O RH se envolve ao ter de definir uma relação com os funcionários sobre o que será permitido na empresa com relação ao acesso à informação no dispositivo móvel pessoal, o marketing terá o trabalho interno de informar qual a política adotada para que todos tenham um entendimento claro do que foi definido quanto a tal acesso, a área de TI terá que se adaptar a essa nova realidade, entre outros.

Essa é uma decisão estratégica, que envolve questões que podem colocar em risco o negócio da sua empresa. Pensar sobre isso é imperativo! “Deixar passar”, esperando que essa seja mais uma “onda” não parece ser a melhor escolha.

*Caroline Renner é Coordenadora de Marketing da Decision IT