As exportações foram outra decepção. No ano passado, Santa Catarina exportou US$ 5,584 bilhões e importou US$ 2,186 bilhões, com crescimento de apenas 1,6% no superávit, índice bem inferior ao nacional, que foi de 33%. O Estado também perdeu participação no valor das exportações brasileiras, caindo da sexta para a oitava posição – a pior colocação desde 1991.
Infelizmente, o esforço fiscal do Governo associado à elevada taxa básica de juros e à moeda supervalorizada seguraram a demanda do ano passado, que foi prejudicada também pela lentidão da liberação de financiamentos para a construção civil e pelo quadro de incerteza provocado pela crise política. O momento é de retração no mercado, o que desafia e exige jogo de cintura por parte dos empresários para saírem dessa tempestade com o mínimo de prejuízos possível. É preciso buscar alternativas para sobreviver aos entraves do mercado e dar a volta por cima.
O planejamento de ações, com metas e estratégias estabelecidas a longo prazo, é uma das alternativas para se antecipar a prováveis crises que possam ocorrer. Isso sem falar no inegável poder da inovação no crescimento e no reposicionamento de empresas no mercado.
A busca de novos mercados, o lançamento de novos produtos e a implementação de estratégias de marketing bem planejadas e alinhadas com os objetivos da empresa podem ser algumas saídas para se prosperar quando a conjuntura do mercado não é favorável. Exemplo disso foi a estratégia adotada em 2005 pela Víqua, indústria de acessórios hidráulicos com sede em Joinville (SC). Investindo em produtos inovadores, como as torneiras em plástico de engenharia, e em prospecção, com o trabalho de uma equipe de comércio exterior, a empresa conquistou novos mercados e encerrou 2005 com crescimento de 31% em relação ao ano anterior. Com os resultados sólidos, as estratégias para 2006 são mais ousadas e têm o objetivo tornar a empresa mais competitiva para crescer ainda mais no mercado externo.
Crescer em período de crise e ainda avançar, buscando novos mercados, é possível quando se tem planejamento e se persegue a inovação e a melhoria constante dos processos e produtos. Para os empresários, mais que um obstáculo, a estagnação do mercado é um desafio e deve ser encarada como uma oportunidade para repensar estratégias e até mesmo superar as metas de crescimento.
Daniel Alberto Cardozo Junior é diretor-presidente da Víqua, de Joinville