A febre pela adoção dos modelos de referência ITIL e CobiT, trouxe como conseqüência uma visão distorcida sobre como devemos “arrumar a casa”. É como se todo o mercado dissesse: “Para que focalizar meus esforços em algo que já sei fazer”.
Desta forma, os olhos se voltam para as disciplinas mais jovens, como: Nível de Serviço, Configuração e Continuidade em detrimento das demais: Mudanças, Problemas e Capacidade.
Há duas décadas, as organizações reconheciam o quão essencial era o planejamento e a administração das mudanças. Entretanto, os padrões de controle eram substancialmente menos relevantes que os atuais, a TI era menos mutável, uma vez que os movimentos na evolução tecnológica eram expressivamente mais lentos.
Hoje, o quadro mudou. Não há espaço para cometer os mesmos enganos de outrora. O endosso das soluções paliativas – “provisório para sempre” – em função dos efeitos residuais sobre mudanças mal sucedidas, demonstram a total inabilidade da empresa em assegurar efetivamente que os planos de retorno funcionem, caracterizando, assim, a imaturidade desse processo.
Agora no pós-ITIL, potencializado pelas exigências de Governança, o Gerenciamento de Mudanças se ampliou, ganhou novas atribuições, tais como: avaliação dos riscos das mudanças com vistas ao possível impacto sobre os negócios; estudo de viabilidade da mudança em termos corporativos e a necessidade de informações de outras disciplinas (diretamente capacidade, continuidade, e configuração) como subsídios para a tomada de decisão sobre a mudança.
No paradigma pré-ITIL, ‘mudanças’ era penalizada pela falta de integração com a gestão de negócios por conta de seu caráter operacional. Pós-ITIL a dinâmica da nova economia obrigou-a a ocupar sua posição de destaque: o tático.
Sob o aspecto financeiro, o papel do gerenciamento de mudanças no novo contexto permite uma avaliação mais minuciosa, na contenção dos custos associados à própria mudança.