Iedo S. Joner Jr, sócio da MKT Tecnologia do Brasil. Foto: Divulgação.
Durante a Copa do Mundo experimentamos um alívio momentâneo da veiculação da “Voz do Brasil”. A maioria das emissoras de rádio passou a transmitir esse programa obrigatório no final do dia, no limite máximo estabelecido na medida provisória que possibilitou essa flexibilização.
O rádio do meu carro tem seis memórias. Às 22h, só uma das emissoras tinha mantido sua programação inalterada; as demais transmitiam, neste horário, a “Voz do Brasil”. Antes da Copa, algumas rádios já tinham programação na internet, via web ou app, às 19h, livres da obrigação vinculada à sua concessão estatal.
Em função das eleições, às 7h do dia 19 de agosto do ano passado começou o horário político obrigatório. Escutei alguns minutos no rádio e desliguei. A rádio AM que eu estava escutando anunciou que na Internet e nos canais de TV por assinatura sua programação continuaria normalmente.
Lembrei-me de um amigo que hoje mora na China e que tem um smartphone instalado no seu carro somente para escutar as nossas rádios. Ele já está livre do horário político.
Às 12h do mesmo dia, veio nova carga de propaganda obrigatória. Naquela vez, busquei as rádios pelas apps que tenho instaladas. Das quatro instaladas no meu celular, uma estava transmitindo a propaganda política. Imaginei que nenhuma estaria fazendo isso.
Penso que, em 2016, todas as rádios que escuto pela Internet terão programação alternativa nesses horários. Torço por isso, pois, durante muitos anos, fiz 400 quilômetros semanais em rodovias e é lamentável não ter informações sobre o trânsito no rádio, sobretudo às 19h.
Hoje, a salvação para isso são os aplicativos Waze e Twitter, ambos são eficientes em áreas populosas. Seguindo essa tendência, junto com a melhoria da qualidade das conexões móveis 3G e 4G, torço e prevejo a extinção dos horários obrigatórios nas rádios, por absoluta falta de ouvintes. Será?
* Iedo S. Joner Jr, sócio da MKT Tecnologia do Brasil, empresa instalada na Hamburgtec, unidade do Parque Tecnológico do Vale do Sinos (Valetec) em Novo Hamburgo.