Com alegria vejo que a tecnologia no RS está gerando frutos. O Centro tecnológico da Pontifícia Universidade Católica - Tecnopuc, é notícia nos quatro cantos do País, porque será o modelo para o novo Núcleo Central do Parque Tecnológico de São José dos Campos-SP. Não podemos esquecer que nossa história em parques vem de longa data e muita luta.Temos também o Pólo de Informática de São Leopoldo, junto à Unisinos, o da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, o da Ulbra, o Cecan e, em andamento, o do Vale do Sinos (Valetec) além dos Pólos de Tecnologia da Informação (TI) de Canoas e de Caxias do Sul.

Mas as notícias também falam do alerta que faz a Associação das Empresas de Tecnologia da Informação,Software e Internet, regional do Rio Grande do Sul (Assespro-RS) que agora foi comprovado : mais é menos. É fácil explicar: durante quatro anos o empresariado porto-alegrense de TI enfatizou que nem sempre a maior tributação era a maior arrecadação. E agora, três anos após a conquista da redução de 5% para 2% do ISS do setor de TI , aprovada ainda em 2003, um relatório prova que os dois primeiros anos resultaram não no descréscimo da arrecadação e sim no crescimento de 6%, se analisados os períodos de 2002-2003 e 2004-2005.

O estudo, realizado pelo professor Newton Braga Rosa, em parceria com o vereador João Carlos Nedel, revela que aprovada a redução do tributo, houve um salto no faturamento total das atividades incentivadas (Análise de Sistemas e alguns outros serviços técnicos de Informática) , elevando de R$ 170 milhões/ano para 451 milhões/ ano e, para onde a alíquota manteve -se nos 5% ( atividade de processamento de dados), as cifras mantiveram-se estáveis, em torno dos R$ 170 milhões.

Ainda sobre o mercado : temos sim um parque modelo. Estamos sim, lutando por uma tributação melhor. E sim, estamos recebendo grandes multinacionais.Nosso Estado e nossa Capital conquistam grandes façanhas, mas não estamos tranquilos ainda. O mercado ainda carece de qualificação. Estamos literalmemente vivendo sobre o canibalismo das grandes sobre as pequenas. É necessário um plano de ação para que as pequenas e médias empresas consigam sobreviver à chegada das multinacionais e seus impactos na economia.

Que sirvam nossas façanhas de modelo, mas que também possamos perceber o todo, para que a luta não seja inglória.

* Jorge Branco é presidente da Assespro-RS