A comercialização de produtos e serviços desta natureza se difere dos demais setores como, por exemplo, calçados e alimentos. Para se fazer negócios em tecnologia é necessário primeiro conquistar a confiança do cliente, e esta se dá a partir de um relacionamento sério e duradouro, por isso a participação das empresas deve ser continuada, ou seja, a empresa precisa estar presente de forma repetida.
Os contatos realizados precisam ter continuidade no período pós-feira. É muito importante não perder o vínculo com os potenciais parceiros ou clientes identificados e atraí-los para uma nova conversa no ano seguinte. É assim que um contato amadurece e pode-se transformar em bons negócios. Vale lembrar que no mercado internacional a “confiança” e as “boas referências” vêm antes da tecnologia e do preço, sendo que as primeiras só se conquistam com o passar do tempo.
É importante destacar o nível de globalização e internacionalização da feira. Cerca de 70 países reúnem em torno de 6300 expositores que são visitados por aproximadamente 500 mil pessoas, também de diversas nacionalidades e na sua maioria (90%) tomadores de decisão em suas organizações. Pode-se dizer que o mundo da tecnologia se reúne em Hannover neste evento que é o maior do mundo. Outro ponto a destacar é a multisetorialidade do evento. De tecnologias já consolidadas ao estado da arte. São empresas de telecomunicações, soluções corporativas para diversos setores, hardware, software e serviços, entretenimento, BI, CRM, ERP, VoIP, UMTS, é tanta sigla que a gente até se perde.
A Alemanha possui atualmente posição de destaque mundial na área de TIC e não quer colocar em risco esta posição. Na abertura da feira deste ano, Angela Merkel, chanceler alemã, anunciou um investimento de 6 bilhões de Euros para o setor e a organização de uma cúpula de TI para tratar deste vital assunto para a economia alemã.
Se a Alemanha, terceira economia do mundo, tem essa preocupação, ao lado de países emergentes em TIC como Portugal, Egito, Dubai, Turquia, Rússia, entre outros, que investem fortemente nos seus mercados internos e em mercados internacionais, por que não o Brasil atuar de forma mais articulada e com investimentos mais robustos, para podermos efetivamente realizar as metas propostas pelo governo.
Mercado, competência, tecnologia, inovação e competitividade não faltam para as empresas brasileiras.
José Antonio Antonioni é diretor presidente da Softsul e coordenador nacional da Softex