Ramiro Martini, presidente do Grupo Cinco TI. Foto: Divulgação.

O empreendedorismo é uma marca registrada do brasileiro. Todos os dias ouvimos alguém dizer que sonha em ter seu próprio negócio. Seja por necessidade ou vocação, o fato é que milhões de pessoas querem ser donas do próprio nariz, profissionalmente falando.

O que essas pessoas desconhecem é o mundo em que entrarão, caso se aventurem na difícil missão de abrir e manter uma empresa. Além dos aspectos relacionados à gestão em si, onde a cada dia é mais necessário conhecimento e informação do que o velho "tino comercial", há obstáculos que parecem intransponíveis.

Refiro-me à burocracia oficial, à intervenção governamental, à presença constante de alguém que não ajuda, mas atrapalha, contrariando o antigo ditado. Sim, refiro-me ao Estado Brasileiro. 

Não bastasse a quantidade de documentos que uma empresa precisa providenciar o tempo todo, sempre para provar alguma coisa ao próprio Estado, e as dificuldades econômicas como a que estamos vivendo agora, de total incerteza, ainda temos que conviver com a intervenção estatal permanente. 

Basta olhar o que foi feito na energia elétrica com redução de tarifa, crise hidrológica e agora aumentos insuportáveis. Exemplo puro de uma intervenção que não deu certo, como quase todas.

Infelizmente, isso faz parte da história e da cultura do Brasil. Se o Estado não está presente parece que não é possível realizar alguma coisa. Pois é justamente o contrário! 

Quanto mais o Estado se afastar da atividade produtiva, incentivando que verdadeiros empreendedores toquem e fomentem seus negócios, mais desenvolvimento teremos. Exatamente como já fizeram países que hoje são exemplos.

O Estado deveria nos indicar o caminho e criar as condições para que pudéssemos contribuir ainda mais para o crescimento do País. Lamentavelmente, o que se vê é uma presença cada dia maior, tornando-se um gigantesco peso que na hora da crise fica quase impossível carregar. 

Ou reduzimos o tamanho do Estado a um custo que seja possível bancá-lo ou cairemos todos no abismo de uma crise econômica que trará trágicos reflexos sociais, num espaço de tempo muito mais curto do que se imagina.

* Ramiro Martini é presidente do Grupo Cinco TI.