Em 1998, através da Lei Nº 9.656, o sistema de saúde brasileiro passou por uma revolucão no funcionamento dos planos e seguros privados de assistência à saúde. Desde então, um verdadeiro controle de gestão foi instituído no setor. Contabilidade, estatísticas, capital e patrimônio líquido , enfim, da descrição pormenorizada dos serviços de saúde , das instalações e equipamentos destinados a prestação dos atendimentos, da especificação dos recursos humanos qualificados e habilitados, com responsabilidade técnica de acordo com as leis que regem a matéria;da demonstração da capacidade de atendimento em razão dos serviços a serem prestados; da comprovação da viabilidade econômico-financeira dos planos privados de assistência à saúde oferecidos, respeitadas as peculiaridades operacionais de cada uma das respectivas operadoras;da especificação da área geográfica coberta pelo plano privado de assistência à saúde, tudo passava a ser regulado, ou melhor, todo o sistema passava a ser obrigatoriamente gerido.

Como fazer tanto controle? Como manter atualizado tantas planilhas? Estas, entre outras, eram as perguntas mais freqüentes. Mas também, mais freqüentemente vinham daqueles que ainda não tinham a gestão em seus serviços. Pois para os que já mantinham o controle de seus dados, foi simplesmente adequar às linguagens. Esta, aliás, foi a primeira conclusão que o início da Regulação trouxe, a de que as exigências já existiam no dia-a-dia dos serviços com melhor atendimento aos usuários, comprovando que o que a Reguladora propunha era exatamente verificar a eficácia dos planos.

Hoje, sete anos depois e contando esta história de uma forma bem resumida, sem relatar os debates sobre a real necessidade e legalidade destas leis , passo para a segunda fase, como quem acompanha uma vida se desenvolvendo: foi difícil a gestação, com muitas quedas na infância, mas agora, já andando sozinho como quem vai escrevendo suas primeiras letras na escola, a regulação , para mim, a gestão, oficialmente conhecida como Agência Nacional de Saúde Suplementar publica no www.ans.gov.br a lista com os nomes das operadoras que recebem mais reclamações dos consumidores e também a lista de empresas que estão sob regime de acompanhamento técnico e fiscal.

Enquanto empresário do setor, faço quase que como um padrinho, à disposição para dar suporte e envaidecido com o crescimento e desenvolvimento de um setor agora com transparência financeira, um mercado com aproximadamente 41 milhões de vidas, pessoas atendidas por empresas da rede particular, num contexto de aproximadamente 1,7 mil prestadoras de serviço onde os sistemas da tecnologia da informação veio colaborar para que tudo fosse tabulado, traduzindo cada beneficiário em dados, em cifras e em saúde, física e financeira, do negócio e de seus usuários.

* Luciano Pitrez é diretor da Pitrez Consultoria.