Nos dias 4 e 5 de Outubro aconteceu em SP o ITSMF Brasil Conference 2005, que ofereceu ao público diversos casos de implementação e adoção de ITIL, por parte de clientes e fornecedores. A oportunidade foi interessante tanto para o público que está iniciando nas melhores práticas, quanto para aqueles que tinham como objetivo aprofundar o conhecimento.

Durante o evento foi disponibilizada uma pesquisa sobre o uso de ITIL nas corporações brasileiras e ela conclui que a adoção de ITIL está em fase maturação, sendo que 69% dos profissionais pesquisados apontam projetos em fase iniciante e ou em progresso, sem que existam resultados concretos. Até ai não é muita novidade para aqueles que estão minimamente envolvidos com este tipo de iniciativa.

Dos entrevistados 26% trabalham em empresas de TI e 42% do total entrevistado em empresas com até 500 funcionários. Este ponto é interessante, pois mostra que além dos fabricantes os revendedores e VARs que prestam serviços estão preocupados em acompanhar a onda. Esta preocupação pode ter origem numa série de fatores, mas podemos citar a busca da conformidade com as novas exigências dos contratos e a busca de um novo “brand” para a empresa. Esse processo de conquista de uma certificação, por enquanto é somente do profissional e não da empresa, mas este é um objetivo futuro para que em 2 ou 3 anos seja baseado na BS15000. Todos lembram da febre no Brasil pela conquista do selo de certificação ISO, que era muito mais um processo da porta para fora, que da porta para dentro, ou seja, as empresas estavam mais preocupadas com a percepção do mercado que com as conquistas na qualidade dos processos internos.

Independentemente do motivo que levou as empresas de tecnologia a adotar ITIL devemos considerar a iniciativa como louvável, e eu recomendo a toda empresa de tecnologia (qualquer porte) que busque o conhecimento sobre estas melhores práticas, suas diferenças e aderências com Cobit, PMI, CMM e Governanca de TI. O resultado deste investimento será traduzido no melhoramento da qualidade dos serviços, integração e coordenação das ofertas. Além disso, ira permitir que a organização compare-se a outras no que se refere a gestão de serviços de TI. Se a sua empresa não se comparar, pode ter certeza que o seu cliente irá fazê-lo, com a diferença que agora ele possui métricas e processos para medir este desempenho e qualidade dos serviços.

As organizações dependem cada vez mais da tecnologia da informação, por outro lado o desenvolvimento da tecnologia aprofunda o grau de especialização necessário a entrega dos serviços. Para o usuário a tecnologia (ferramenta) em si é cada vez menos importante na medida em que suas necessidades são atendidas. O VAR como um fornecedor de serviços deve então ser organizado e percebido como um prestador de serviço de alta qualidade.

Sempre é bom lembrar – “Eficiente é fazer bem feito e Eficaz é fazer o que precisa ser feito”, onde sua empresa se enquadra?

*Marcos Mylius é consultor de Marketing, Vendas e TI.