Atenho em falar sobra a área fiscal das empresas no que diz respeito à emissão, guarda e manutenção de documentos. Não é difícil entrar em grandes corporações, com faturamentos milionários, e verificar que existem toneladas e toneladas de papel acumulados em arquivos datados de épocas muitos distantes. Mas o que me admira não são apenas as pilhas de papéis e as dificuldades impostas para quem quiser encontrar um documento entre alguns milhões semelhantes a ele, mas sim os custos expressivos que as empresas precisam arcar com extravio de documentos importantes, principalmente com notas fiscais. Para se ter uma idéia, uma gigante da telefonia móvel poupou em 2005 cerca de 183 milhões de reais. O motivo? Adotou um sistema de gerenciamento e guarda digital de seus documentos fiscais. Não, a companhia desenvolvedora do sistema não é estrangeira, e sim brasileira, com sede no RS.
Ou seja, existem soluções. Porém, as empresas ainda relutam em adotá-las. A primeira vista me parece difícil apontar com precisão os motivos da resistência. Entretanto, acho válido tentar identifica-los. O primeiro, a timidez dos responsáveis pela área fiscal das empresas em acreditar em algo novo, que promete ser revolucionário. O segundo, e talvez mais provável, o desconhecimento por parte desses profissionais de soluções viáveis e vantajosas para suas empresas. Muitos empresários e executivos têm medo de adotar novas medidas, mesmo que estas visem melhorias na gestão das empresas.
O fato se agrava se estas novidades tiverem relação direta com o fisco. Inovar perante a Secretaria da Fazenda é uma idéia que passa longe da porta de grandes empresas que poderiam ser ainda maiores, se adotassem algumas medidas, como a eliminação dos riscos fiscais. É preciso inovar, e, sobretudo, ter a visão de que o mercado não comporta mais o receio daquilo que é novo.
Rene Azevedo é diretor Comercial da Datafix