Caro amigo Janer, confesso que quando acabei de ler seu texto “Sobre a periculosidade dos ornitólogos”, me levantei rapidamente da frente do computador rindo da tamanha falta de informação ali contida. Contudo, por estudar área correlacionada à ornitologia sinto-me na obrigação de dar-lhe algumas informações sobre o assunto, já que seu tempo deve ser escasso para pesquisar antes de escrever.
Primeiramente, quando um ornitólogo evidencia uma espécie em declínio populacional ocorre um monitoramento dessa população para que seja inferido se ela corre perigo de extinção. Essa extinção pode ser natural, como ocorreu com milhões de espécies em nosso planeta, mas também pode estar sendo acelerada por processos antrópicos. O importante é sabermos que uma espécie de ave que está sendo extinta não é apenas uma ave, ela representa milhões de anos de evolução e até de co-evolução.
A natureza é regida por processos ecológicos e a ave é apenas uma parte desses processos, proteger essa ave é proteger a fruta da qual ela se alimenta, é proteger a árvore que fornece esse fruto, é proteger a sombra que essa árvore gera para os gados é proteger a umidade necessária para o sucesso da sua defendida agricultura.
O Sr. Citou um exemplo de uma ONG que vetou a construção de uma hidrelétrica na India mas por falta de referência não consegui ler sobre o assunto... Realmente se isso ocorreu é lamentável, mas no Brasil, por exemplo, a maioria dos movimentos anti-barragens levam em consideração o bem estar da comunidade local e a conservação da biodiversidade, passou-se o tempo em que ambientalistas inconseqüentes se manifestavam a favor do verde, hoje isso é feito também por muitos doutores e estudiosos por uma questão de necessidade, a vida não se mantém apenas sobre concretos...
O Sr. cita que “De qualquer forma, desde quando passarinho é prioritário ante um projeto de agricultura ou pecuária? Por outro lado, pássaros voam. Se um território tornou-se hostil, eles buscam outro. Pássaros migram. Não é preciso ser ornitólogo para saber disto. Quando migram, não migram a pé. Asas vão longe e a Amazônia é vasta.” Ora meu amigo, para algumas espécies de aves 100 metros é como o Oceano Atlântico para um homem! Se o Brasil fosse atacado nesse momento por uma forte força bélica, o Sr. sairia nadando pelo oceano atlântico até chegar à África sem nenhum problema? Sugiro que leia mais sobre o assunto.
Para finalizar gostaria de dizer que o Sr. assim como eu e todos os leitores desse veículo informativo somos dependentes do meio natural, é como uma teia; de alguma forma as aves estão relacionadas a nossas atividades diárias. Quando um ornitólogo briga pela preservação de uma ave, ele briga também pela preservação de recursos naturais, pelo respeito à vida, pelo nosso bem estar, ou seja, por um desenvolvimento realizado com estudos que contemplem todos os itens necessários a uma sociedade.
Concordo que alguns ornitólogos são reducionistas e inconseqüentes, assim como alguns jornalistas que influenciam milhares de pessoas com textos sem fundamentação, mas eles com certeza são uma minoria, por isso o Senhor deveria mudar o título do seu texto para “Sobre a periculosidade de alguns ornitólogos”.
* João Vitor Campos e Silva é formado em biologia pela Universidade Estadual de Londrina e estuda mestrado em Ecologia e Recursos Naturais na Universidade federal de São carlos, além de ativista da ONG em Londrina Meio ambiente Equilibrado.
Primeiramente, quando um ornitólogo evidencia uma espécie em declínio populacional ocorre um monitoramento dessa população para que seja inferido se ela corre perigo de extinção. Essa extinção pode ser natural, como ocorreu com milhões de espécies em nosso planeta, mas também pode estar sendo acelerada por processos antrópicos. O importante é sabermos que uma espécie de ave que está sendo extinta não é apenas uma ave, ela representa milhões de anos de evolução e até de co-evolução.
A natureza é regida por processos ecológicos e a ave é apenas uma parte desses processos, proteger essa ave é proteger a fruta da qual ela se alimenta, é proteger a árvore que fornece esse fruto, é proteger a sombra que essa árvore gera para os gados é proteger a umidade necessária para o sucesso da sua defendida agricultura.
O Sr. Citou um exemplo de uma ONG que vetou a construção de uma hidrelétrica na India mas por falta de referência não consegui ler sobre o assunto... Realmente se isso ocorreu é lamentável, mas no Brasil, por exemplo, a maioria dos movimentos anti-barragens levam em consideração o bem estar da comunidade local e a conservação da biodiversidade, passou-se o tempo em que ambientalistas inconseqüentes se manifestavam a favor do verde, hoje isso é feito também por muitos doutores e estudiosos por uma questão de necessidade, a vida não se mantém apenas sobre concretos...
O Sr. cita que “De qualquer forma, desde quando passarinho é prioritário ante um projeto de agricultura ou pecuária? Por outro lado, pássaros voam. Se um território tornou-se hostil, eles buscam outro. Pássaros migram. Não é preciso ser ornitólogo para saber disto. Quando migram, não migram a pé. Asas vão longe e a Amazônia é vasta.” Ora meu amigo, para algumas espécies de aves 100 metros é como o Oceano Atlântico para um homem! Se o Brasil fosse atacado nesse momento por uma forte força bélica, o Sr. sairia nadando pelo oceano atlântico até chegar à África sem nenhum problema? Sugiro que leia mais sobre o assunto.
Para finalizar gostaria de dizer que o Sr. assim como eu e todos os leitores desse veículo informativo somos dependentes do meio natural, é como uma teia; de alguma forma as aves estão relacionadas a nossas atividades diárias. Quando um ornitólogo briga pela preservação de uma ave, ele briga também pela preservação de recursos naturais, pelo respeito à vida, pelo nosso bem estar, ou seja, por um desenvolvimento realizado com estudos que contemplem todos os itens necessários a uma sociedade.
Concordo que alguns ornitólogos são reducionistas e inconseqüentes, assim como alguns jornalistas que influenciam milhares de pessoas com textos sem fundamentação, mas eles com certeza são uma minoria, por isso o Senhor deveria mudar o título do seu texto para “Sobre a periculosidade de alguns ornitólogos”.
* João Vitor Campos e Silva é formado em biologia pela Universidade Estadual de Londrina e estuda mestrado em Ecologia e Recursos Naturais na Universidade federal de São carlos, além de ativista da ONG em Londrina Meio ambiente Equilibrado.