Após crises internacionais com a doença da vaca louca, gripe aviária, bioterrorismo e problemas de falsificação e contrabando de produtos, o mercado internacional passou a se preocupar com questões relacionadas à origem e trajetória dos produtos ao longo das cadeias de suprimentos. Regulamentações específicas foram criadas para garantir a rastreabilidade das mercadorias, envolvendo a aquisição de matéria-prima, fabricação, distribuição e comercialização.
No setor de carnes, no qual o Brasil vem sofrendo restrições recentes para exportação, por problemas no sistema de rastreabilidade nacional, os regulamentos exigem que os países exportadores forneçam a identificação individual, ocorrências relevantes na vida e o passaporte de cada animal; e o registro de todos os dados sobre criação, alimentação e vacinas. Do frigorífico, é exigida a etiquetagem dos cortes, que deve permitir a ligação entre eles e o animal ou lote que os gerou.
A rastreabilidade pode ser entendida como a capacidade de recuperação do histórico, da aplicação ou da localização de um item, por meio de registros, sendo fundamental nos casos em que o impacto causado por incidentes envolvendo a segurança de produtos leva, além dos danos à saúde dos consumidores, à redução da confiança da população nos produtos, nos órgãos de fiscalização e nas empresas. A sua aplicação baseia-se no cumprimento de determinadas funcionalidades entre diversos parceiros, ao longo da cadeia de abastecimento, para garantir a disponibilidade de informação para eventuais necessidades do consumidor ou cliente final.
A rastreabilidade deve ser considerada no processo de negócio, devendo fazer parte da estrutura organizacional e das diversas áreas da empresa. Além disso, é fundamental que envolva fornecedores, parceiros logísticos e comerciais, o que aumenta a complexidade da implementação dos seus sistemas. A capacitação de colaboradores e parceiros é uma peça chave na sua implementação. Questões técnicas, como sistemas de identificação, registro e captura de dados, além de domínio sobre regulamentações e legislações específicas, devem fazer parte do conjunto de habilidades dos profissionais.
Guias de implementação e cursos foram criados por diversas organizações para auxiliar os profissionais na implementação dos sistemas. A GS1, organização internacional que padroniza e controla o uso de códigos de barras para identificação, automação e rastreabilidade de produtos e processos, dispõe de uma série de guias práticos e treinamentos com esta finalidade.
Empresas de sucesso enxergam a rastreabilidade como uma necessidade e não como obrigação para cumprir regulamentações específicas ou requisitos de clientes. Trata-se de uma ferramenta para a redução dos riscos ao consumidor, proteção da marca e gestão dos riscos relacionados à distribuição e consumo de produtos inadequados (insumos fora de especificação, problemas no processo de fabricação, alterações atípicas, adulterações, falsificações...). Assim, tornou-se instrumento importante para melhorar resultados e minimizar perdas e custos com eventuais recalls e indenizações.
O Brasil precisa agregar aos seus produtos, padrões inquestionáveis de controles de qualidade e de rastreabilidade. Isto implica, porém, que todos os participantes das cadeias produtivas — fornecedores, fabricantes, distribuidores, operadores logísticos, varejistas e governo — trabalhem em conjunto. O uso da tecnologia da informação e a automação de processos são ferramentas imprescindíveis para garantir a confiabilidade dos sistemas de rastreabilidade. Esta é a receita de sucesso utilizada na Europa, que pode e deve ser aprimorada no Brasil.
Adriano Bronzatto é Assessor de Negócios da GS1 Brasil
No setor de carnes, no qual o Brasil vem sofrendo restrições recentes para exportação, por problemas no sistema de rastreabilidade nacional, os regulamentos exigem que os países exportadores forneçam a identificação individual, ocorrências relevantes na vida e o passaporte de cada animal; e o registro de todos os dados sobre criação, alimentação e vacinas. Do frigorífico, é exigida a etiquetagem dos cortes, que deve permitir a ligação entre eles e o animal ou lote que os gerou.
A rastreabilidade pode ser entendida como a capacidade de recuperação do histórico, da aplicação ou da localização de um item, por meio de registros, sendo fundamental nos casos em que o impacto causado por incidentes envolvendo a segurança de produtos leva, além dos danos à saúde dos consumidores, à redução da confiança da população nos produtos, nos órgãos de fiscalização e nas empresas. A sua aplicação baseia-se no cumprimento de determinadas funcionalidades entre diversos parceiros, ao longo da cadeia de abastecimento, para garantir a disponibilidade de informação para eventuais necessidades do consumidor ou cliente final.
A rastreabilidade deve ser considerada no processo de negócio, devendo fazer parte da estrutura organizacional e das diversas áreas da empresa. Além disso, é fundamental que envolva fornecedores, parceiros logísticos e comerciais, o que aumenta a complexidade da implementação dos seus sistemas. A capacitação de colaboradores e parceiros é uma peça chave na sua implementação. Questões técnicas, como sistemas de identificação, registro e captura de dados, além de domínio sobre regulamentações e legislações específicas, devem fazer parte do conjunto de habilidades dos profissionais.
Guias de implementação e cursos foram criados por diversas organizações para auxiliar os profissionais na implementação dos sistemas. A GS1, organização internacional que padroniza e controla o uso de códigos de barras para identificação, automação e rastreabilidade de produtos e processos, dispõe de uma série de guias práticos e treinamentos com esta finalidade.
Empresas de sucesso enxergam a rastreabilidade como uma necessidade e não como obrigação para cumprir regulamentações específicas ou requisitos de clientes. Trata-se de uma ferramenta para a redução dos riscos ao consumidor, proteção da marca e gestão dos riscos relacionados à distribuição e consumo de produtos inadequados (insumos fora de especificação, problemas no processo de fabricação, alterações atípicas, adulterações, falsificações...). Assim, tornou-se instrumento importante para melhorar resultados e minimizar perdas e custos com eventuais recalls e indenizações.
O Brasil precisa agregar aos seus produtos, padrões inquestionáveis de controles de qualidade e de rastreabilidade. Isto implica, porém, que todos os participantes das cadeias produtivas — fornecedores, fabricantes, distribuidores, operadores logísticos, varejistas e governo — trabalhem em conjunto. O uso da tecnologia da informação e a automação de processos são ferramentas imprescindíveis para garantir a confiabilidade dos sistemas de rastreabilidade. Esta é a receita de sucesso utilizada na Europa, que pode e deve ser aprimorada no Brasil.
Adriano Bronzatto é Assessor de Negócios da GS1 Brasil