Para permitir o trabalho colaborativo, o aumento da produtividade e a segurança de seus arquivos, muitas empresas implementam redes internas, unindo periféricos e aplicativos numa mesma teia e, com isso, melhorando as condições de trabalho. No entanto, essas redes acabam tornando-se lentas ou apresentando problemas de funcionamento, causando dificuldades de desempenho e indisponibilidade dos serviços que deveriam estar a alguns cliques de cada usuário. Nesse caso, a empresa pode estar prestes a sofrer um infarto digital.

A utilização de infra-estrutura e aplicações inadequadas, o surgimento de problemas físicos, o mau dimensionamento, a má configuração e a segurança insuficiente são os principais fatores que levam também as redes digitais a paradas bruscas de funcionamento, como uma artéria bloqueada pelo excesso de colesterol. E nesses casos, continua valendo a máxima popular: "é melhor prevenir do que remediar".

As redes com maior propensão a enfartar são aquelas onde aplicativos e equipamentos foram agregados à infra-estrutura existente sem uma análise do impacto e dos recursos necessários à sua integração, além de possíveis falhas na configuração para o bom funcionamento destes componentes. Ou seja, são redes que cresceram sem o preparo e o planejamento necessários. E além da parte técnica, os problemas gerados provocam reflexos em outras áreas, como aumento da ociosidade dos funcionários, ambiente de trabalho carregado, acúmulo de serviços inacabados, críticas ao trabalho da diretoria e diferença de produtividade entre setores.

A prevenção, no caso das redes digitais, é feita por meio de planejamento e documentação de qualquer alteração realizada na infra-estrutura, além da utilização de equipamentos e aplicativos de qualidade e que possuam ferramentas para monitoramento e gerenciamento. Dessa forma é possível recuperar a qualidade da comunicação entre os aplicativos e serviços da rede, aumentando a qualidade e a produtividade na organização.

Há serviços no mercado que se assemelham "check-ups" para as redes. Nesses serviços, os técnicos trabalham de forma bastante similar a um médico. É necessário identificar os sintomas, investigar acontecimentos relevantes antes de o problema ocorrer, estudar o histórico familiar e médico (documentação das alterações), conhecer a rotina do paciente (aplicativos), examinar o corpo (infra-estrutura), dar o diagnóstico, tratar e realizar o acompanhamento até a alta do paciente. E, após a melhora, é preciso monitorar para evitar as recaídas.

Daniel Frassetto é analista de Redes e Segurança da empresa V.Office