Se em tempos normais já é assim, imagine com a crise econômica: as empresas se sentem ainda mais pressionadas a reduzir custos e aumentar a agilidade. E a Arquitetura Orientada a Serviços (SOA) é uma proposta concreta para superar esses desafios.
No entanto, nós, profissionais de tecnologia, não estamos acostumados a vender essa idéia dentro de nossas empresas, principalmente devido ao fato dos benefícios esperados em SOA serem um tanto quanto intangíveis. Inclusive, um estudo do Gartner feito com 200 companhias no final de 2008 mostra justamente isso: 40% dos usuários SOA não medem o tempo necessário para o retorno dos investimentos. Na outra ponta, 50% dos entrevistados que não utilizavam SOA declararam que não o faziam pela dificuldade em demonstrar o valor que essa solução tem para o negócio.
Portanto, é preciso estar atento. Em momentos de crise, somente os projetos que conseguem mostrar uma relação custo/benefício adequada e com a dose correta de risco avançam. Para provar sua “tese” sobre SOA, existe uma série de cálculos e argumentações, que vão do ROI de serviço até a palavrinha mágica “Lightweight” (leve, iterativa e ágil) - SOA não precisa ter um investimento alto no primeiro momento. E é muito importante elaborar um Business Case e mostrar de forma estruturada as dificuldades atuais, a proposta de projeto com os resultados esperados e também os investimentos e o plano de implementação para se atingir esses resultados.
Estruturar a adoção de SOA: Business CaseA primeira etapa de um Business Case deve ser identificar os problemas atuais, ou seja, o que está motivando a proposição do projeto. Tipicamente, os problemas mais comuns são:
• Falta de alinhamento entre as demandas das áreas de negócio e a agenda de TI• Falta de agilidade na evolução das aplicações existentes, bem como na entrega de novas• Dificuldade na integração dos processos• Qualidade das soluções finais
No entanto, esses sintomas são bastante genéricos. É fundamental que você seja capaz de determinar exemplos concretos, do dia-a-dia, que mostrem como esses pontos impactam os resultados de TI.
A próxima etapa é apresentar uma visão geral das fases do projeto. Fases curtas (3 meses para cada uma é o máximo), com resultados concretos a cada passo. Por exemplo:
O ponto mais importante é conseguir definir claramente os entregáveis e, fundamentalmente, que esses entregáveis tragam valor imediato para a empresa.
Geração de valor e benefíciosVamos entrar na discussão sobre geração de valor para a empresa. Quando pensamos em um Business Case para SOA, temos que considerar os principais benefícios prometidos, como quantificá-los e como eles se distribuirão ao longo do tempo.
A lista dos benefícios:• Redução do desenvolvimento duplicado• Simplificação da integração entre aplicações• Aumento da qualidade das funcionalidades• Redução do custo de manutenção das aplicações• Flexibilidade na alteração de processos de negócio• Agilidade na análise de impacto• Conhecimento dos ativos existentes Algumas métricas para usarmos no cálculo da economia podem ser:
• Reuse Cost Avoidance: trata-se do quanto a empresa economiza por não ter que desenvolver novamente as mesmas funcionalidades. Digamos que para construir um determinado serviço foram necessárias 100 horas. Cada vez que se reutilizar esse serviço, praticamente 100 horas – ou pelo menos uma parte delas - serão economizadas.
• Consistency: a mesma lógica de negócio desenvolvida várias vezes pode causar comportamentos diferentes dependendo da aplicação e, sempre que muda, é necessário mudar em todos os locais onde esteja implementada.
• Maintenability: uma parte significativa do orçamento de TI é gasta apenas mantendo as aplicações existentes funcionando. Redução nos custos de manutenção com integrações mais fáceis de manter e componentes isolados sendo reutilizados, e com nível de qualidade já atestada, impactam de forma muito positiva o uso racional dos recursos de TI.
• Agility: Conseguir fazer a análise de impacto mais rapidamente e promover mudanças nas aplicações e processos de negócios no tempo demandado pelas áreas de negócio é uma argumentação muito efetiva quando relacionado ao business case de SOA. O desafio é conseguir quantificar os elementos acima de forma a contrapor os investimentos necessários. InvestimentosAlém de quantificar os benefícios, será necessário também quantificar os investimentos necessários para atingir os resultados propostos. Abaixo está uma lista de itens que não podem deixar de ser considerados:
Capacitação: custo para contratação de treinamentos e o tempo dos times de desenvolvimento e arquitetura para participarem dos treinamentos;
Elementos de infraestrutura: repositório de serviços, barramentos de integração, monitoração dos serviços. Mas lembrem-se, com o que a empresa já tem de ferramentas é possível andar sem fazer investimentos que inviabilizem a iniciativa. Importante: considere também os custos de renovação das licenças nos anos seguintes.Apoio de consultoria externa: aprender com os próprios erros é uma virtude. Com os erros dos outros é muito inteligente. Vemos que o papel da consultoria, além da experiência, é trazer ritmo e compromisso com os resultados.
Tempo e foco do time que estará envolvido: identificar serviços existentes, criar padrões, fazer uma modelagem mais refinada, definir responsabilidades e todas as demais atividades dependem do envolvimento e patrocício executivo e foco do time. Para finalizar, é importante consolidar o material e conseguir atenção executiva. Lembrando: abordagem Lightweight: ágil, leve e incremental. Boa venda!
Kleber Bacili é diretor de tecnologia da consultoria focada em SOA Sensedia
No entanto, nós, profissionais de tecnologia, não estamos acostumados a vender essa idéia dentro de nossas empresas, principalmente devido ao fato dos benefícios esperados em SOA serem um tanto quanto intangíveis. Inclusive, um estudo do Gartner feito com 200 companhias no final de 2008 mostra justamente isso: 40% dos usuários SOA não medem o tempo necessário para o retorno dos investimentos. Na outra ponta, 50% dos entrevistados que não utilizavam SOA declararam que não o faziam pela dificuldade em demonstrar o valor que essa solução tem para o negócio.
Portanto, é preciso estar atento. Em momentos de crise, somente os projetos que conseguem mostrar uma relação custo/benefício adequada e com a dose correta de risco avançam. Para provar sua “tese” sobre SOA, existe uma série de cálculos e argumentações, que vão do ROI de serviço até a palavrinha mágica “Lightweight” (leve, iterativa e ágil) - SOA não precisa ter um investimento alto no primeiro momento. E é muito importante elaborar um Business Case e mostrar de forma estruturada as dificuldades atuais, a proposta de projeto com os resultados esperados e também os investimentos e o plano de implementação para se atingir esses resultados.
Estruturar a adoção de SOA: Business CaseA primeira etapa de um Business Case deve ser identificar os problemas atuais, ou seja, o que está motivando a proposição do projeto. Tipicamente, os problemas mais comuns são:
• Falta de alinhamento entre as demandas das áreas de negócio e a agenda de TI• Falta de agilidade na evolução das aplicações existentes, bem como na entrega de novas• Dificuldade na integração dos processos• Qualidade das soluções finais
No entanto, esses sintomas são bastante genéricos. É fundamental que você seja capaz de determinar exemplos concretos, do dia-a-dia, que mostrem como esses pontos impactam os resultados de TI.
A próxima etapa é apresentar uma visão geral das fases do projeto. Fases curtas (3 meses para cada uma é o máximo), com resultados concretos a cada passo. Por exemplo:

O ponto mais importante é conseguir definir claramente os entregáveis e, fundamentalmente, que esses entregáveis tragam valor imediato para a empresa.
Geração de valor e benefíciosVamos entrar na discussão sobre geração de valor para a empresa. Quando pensamos em um Business Case para SOA, temos que considerar os principais benefícios prometidos, como quantificá-los e como eles se distribuirão ao longo do tempo.
A lista dos benefícios:• Redução do desenvolvimento duplicado• Simplificação da integração entre aplicações• Aumento da qualidade das funcionalidades• Redução do custo de manutenção das aplicações• Flexibilidade na alteração de processos de negócio• Agilidade na análise de impacto• Conhecimento dos ativos existentes Algumas métricas para usarmos no cálculo da economia podem ser:
• Reuse Cost Avoidance: trata-se do quanto a empresa economiza por não ter que desenvolver novamente as mesmas funcionalidades. Digamos que para construir um determinado serviço foram necessárias 100 horas. Cada vez que se reutilizar esse serviço, praticamente 100 horas – ou pelo menos uma parte delas - serão economizadas.
• Consistency: a mesma lógica de negócio desenvolvida várias vezes pode causar comportamentos diferentes dependendo da aplicação e, sempre que muda, é necessário mudar em todos os locais onde esteja implementada.
• Maintenability: uma parte significativa do orçamento de TI é gasta apenas mantendo as aplicações existentes funcionando. Redução nos custos de manutenção com integrações mais fáceis de manter e componentes isolados sendo reutilizados, e com nível de qualidade já atestada, impactam de forma muito positiva o uso racional dos recursos de TI.
• Agility: Conseguir fazer a análise de impacto mais rapidamente e promover mudanças nas aplicações e processos de negócios no tempo demandado pelas áreas de negócio é uma argumentação muito efetiva quando relacionado ao business case de SOA. O desafio é conseguir quantificar os elementos acima de forma a contrapor os investimentos necessários. InvestimentosAlém de quantificar os benefícios, será necessário também quantificar os investimentos necessários para atingir os resultados propostos. Abaixo está uma lista de itens que não podem deixar de ser considerados:
Capacitação: custo para contratação de treinamentos e o tempo dos times de desenvolvimento e arquitetura para participarem dos treinamentos;
Elementos de infraestrutura: repositório de serviços, barramentos de integração, monitoração dos serviços. Mas lembrem-se, com o que a empresa já tem de ferramentas é possível andar sem fazer investimentos que inviabilizem a iniciativa. Importante: considere também os custos de renovação das licenças nos anos seguintes.Apoio de consultoria externa: aprender com os próprios erros é uma virtude. Com os erros dos outros é muito inteligente. Vemos que o papel da consultoria, além da experiência, é trazer ritmo e compromisso com os resultados.
Tempo e foco do time que estará envolvido: identificar serviços existentes, criar padrões, fazer uma modelagem mais refinada, definir responsabilidades e todas as demais atividades dependem do envolvimento e patrocício executivo e foco do time. Para finalizar, é importante consolidar o material e conseguir atenção executiva. Lembrando: abordagem Lightweight: ágil, leve e incremental. Boa venda!
Kleber Bacili é diretor de tecnologia da consultoria focada em SOA Sensedia