Ao começar a escrever um artigo sobre gestão do conhecimento uma preocupação tornou-se latente: não utilizar jargões e buzzwords que predominam no vocabulário corporativo. Por isso, resolvi remeter meus raciocínios às minhas raízes. Preferi, também, evitar falar de crise, parafraseando Einstein, que diz que falar da crise é promovê-la, apesar de ser esse o contexto e não faltarem justificativas para citá-la.
O crescimento expressivo da utilização de ferramentas baseadas no conceito de Web 2.0 (e seus componentes como RSS´s, Blogs, Redes Sociais, PodCasts...), Enterprise 2.0, Colaboração Corporativa e Inteligência Competitiva têm sido gancho para a implementação de técnicas,e tecnologias, que estimulam essa iniciativa, que há muito tempo existe em nossas vidas sem gravata.
Lembro que minha família tinha como hábito assar uma receita de pão, chamada pão-de-cristo. A receita recebia esse nome devido à passagem bíblica - e prometo também não entrar na ceara religiosa - da multiplicação dos pães. O segredo baseia-se num ritual colaborativo onde o principal ingrediente para o preparo é um fermento natural que deve ser passado de pessoa para pessoa. Antes de iniciar o preparo, adiciona-se água, farinha, açúcar e sal ao fermento recebido de alguém. Após 3 dias, a porção de fermento, que foi aumentada, é divida em três partes - uma deverá ser usada na receita do pão, outra deverá ser guardada em casa e a terceira deve ser dada a alguém, para que o segredo do pão se multiplique.
Ao ler o estudo de caso de Ikujiro Nonaka (The Knowledge Creating Company) sobre a máquina de fazer pães, consegui associar alguns princípios do que acontecia em minha família com a experiência reportada por ele em seu artigo. Seu estudo de caso baseia-se na japonesa Matsushita Electric Industrial, especialista em eletrodomésticos que resolveu criar uma máquina de pães, mas que em sua primeira fase de desenvolvimento, obteve dificuldades devido à falta de experiência dos engenheiros na técnica de fabricação de pães. O produto só pôde ser concebido após a participação de um experiente padeiro que demonstrou aos engenheiros que o segredo da fabricação dos pães estava na técnica de amasso dos mesmos. Essa colaboração foi fundamental para atender aos objetivos da empresa, orientados à geração de conhecimento, que permitiram à Matsushita criar sua inovadora máquina de pães.
Einstein estabelece que há proporcionalidade entre energia e massa. Associar mais esse princípio a realidade corporativa é fundamental para calcular a potencialidade das nossas empresas e de sua inércia. Para aumentar a energia competitiva das corporações é necessário potencializar sua relação massa-energia e Einstein prova que enquanto um objeto está em movimento, sua massa-energia é maior do que em repouso. É provável que o combustível para acelerar essa reação esteja dentro das próprias empresas ou em seus steakholders, porém, esse potencial está sendo desperdiçado.
O efeito da colaboração na geração de conhecimento não é uma promessa, tampouco uma simples tendência. É uma realidade que está em nossas vidas há certo tempo. Existirão aqueles que dirão que esse é mais um modismo e essa afirmação é questionável, porém é inquestionável que a utilização da colaboração de maneira estruturada pode se tornar um diferencial inovador e o objetivo de consumir esses benefícios exige ferramentas adequadas, como portais colaborativos ou ferramentas de gestão de conteúdo corporativos de TI, além de uma re-estruturação de processos e de cultura empresarial. É vital mudar nosso modelo mental de propriedade da informação.
A gestão do conhecimento é fundamental para a excelência operacional em qualquer tipo de negócio/indústria. Mais do que tecnologia para possibilitar a pesquisa e a classificação das informações, é necessário disseminar a idéia e o significado de gestão do conhecimento por toda a empresa, incentivando o compartilhamento de informações e a participação ativa de todos os colaboradores. Podemos apoiar a gestão do conhecimento sobre três pilares:
- Informação: Possuir e manter sempre acessível o conhecimento a respeito de tudo o que sabemos sobre pessoas, habilidades, clientes, parceiros, concorrentes, fornecedores, mercados e regulações;
- Método: Utilizar o conhecimento como ferramenta de trabalho, orientada à melhoria e inovação;
- Participação: aplicar o conhecimento por meio de sistemas e processos e estimular o compartilhamento;
É curioso ver e comparar o efeito da aplicação da colaboração e da gestão do conhecimento em diversos contextos. Os primeiros pães feitos em casa utilizando a receita do pão-de-cristo, posteriormente a inserção dos ingredientes dentro de uma máquina e, o fato de que ambos têm a influência da colaboração na elaboração de uma fornada de pão. Esse é apenas um caso que demonstra que subestimar a capacidade das pessoas de colaborar é desperdiçar os principais potenciais humanos de comunicação e interação em sociedade.
Guilherme Kanagusku é especialista da Kaizen em gestão de conteúdo empresarial e gestão do conhecimento
O crescimento expressivo da utilização de ferramentas baseadas no conceito de Web 2.0 (e seus componentes como RSS´s, Blogs, Redes Sociais, PodCasts...), Enterprise 2.0, Colaboração Corporativa e Inteligência Competitiva têm sido gancho para a implementação de técnicas,e tecnologias, que estimulam essa iniciativa, que há muito tempo existe em nossas vidas sem gravata.
Lembro que minha família tinha como hábito assar uma receita de pão, chamada pão-de-cristo. A receita recebia esse nome devido à passagem bíblica - e prometo também não entrar na ceara religiosa - da multiplicação dos pães. O segredo baseia-se num ritual colaborativo onde o principal ingrediente para o preparo é um fermento natural que deve ser passado de pessoa para pessoa. Antes de iniciar o preparo, adiciona-se água, farinha, açúcar e sal ao fermento recebido de alguém. Após 3 dias, a porção de fermento, que foi aumentada, é divida em três partes - uma deverá ser usada na receita do pão, outra deverá ser guardada em casa e a terceira deve ser dada a alguém, para que o segredo do pão se multiplique.
Ao ler o estudo de caso de Ikujiro Nonaka (The Knowledge Creating Company) sobre a máquina de fazer pães, consegui associar alguns princípios do que acontecia em minha família com a experiência reportada por ele em seu artigo. Seu estudo de caso baseia-se na japonesa Matsushita Electric Industrial, especialista em eletrodomésticos que resolveu criar uma máquina de pães, mas que em sua primeira fase de desenvolvimento, obteve dificuldades devido à falta de experiência dos engenheiros na técnica de fabricação de pães. O produto só pôde ser concebido após a participação de um experiente padeiro que demonstrou aos engenheiros que o segredo da fabricação dos pães estava na técnica de amasso dos mesmos. Essa colaboração foi fundamental para atender aos objetivos da empresa, orientados à geração de conhecimento, que permitiram à Matsushita criar sua inovadora máquina de pães.
Einstein estabelece que há proporcionalidade entre energia e massa. Associar mais esse princípio a realidade corporativa é fundamental para calcular a potencialidade das nossas empresas e de sua inércia. Para aumentar a energia competitiva das corporações é necessário potencializar sua relação massa-energia e Einstein prova que enquanto um objeto está em movimento, sua massa-energia é maior do que em repouso. É provável que o combustível para acelerar essa reação esteja dentro das próprias empresas ou em seus steakholders, porém, esse potencial está sendo desperdiçado.
O efeito da colaboração na geração de conhecimento não é uma promessa, tampouco uma simples tendência. É uma realidade que está em nossas vidas há certo tempo. Existirão aqueles que dirão que esse é mais um modismo e essa afirmação é questionável, porém é inquestionável que a utilização da colaboração de maneira estruturada pode se tornar um diferencial inovador e o objetivo de consumir esses benefícios exige ferramentas adequadas, como portais colaborativos ou ferramentas de gestão de conteúdo corporativos de TI, além de uma re-estruturação de processos e de cultura empresarial. É vital mudar nosso modelo mental de propriedade da informação.
A gestão do conhecimento é fundamental para a excelência operacional em qualquer tipo de negócio/indústria. Mais do que tecnologia para possibilitar a pesquisa e a classificação das informações, é necessário disseminar a idéia e o significado de gestão do conhecimento por toda a empresa, incentivando o compartilhamento de informações e a participação ativa de todos os colaboradores. Podemos apoiar a gestão do conhecimento sobre três pilares:
- Informação: Possuir e manter sempre acessível o conhecimento a respeito de tudo o que sabemos sobre pessoas, habilidades, clientes, parceiros, concorrentes, fornecedores, mercados e regulações;
- Método: Utilizar o conhecimento como ferramenta de trabalho, orientada à melhoria e inovação;
- Participação: aplicar o conhecimento por meio de sistemas e processos e estimular o compartilhamento;
É curioso ver e comparar o efeito da aplicação da colaboração e da gestão do conhecimento em diversos contextos. Os primeiros pães feitos em casa utilizando a receita do pão-de-cristo, posteriormente a inserção dos ingredientes dentro de uma máquina e, o fato de que ambos têm a influência da colaboração na elaboração de uma fornada de pão. Esse é apenas um caso que demonstra que subestimar a capacidade das pessoas de colaborar é desperdiçar os principais potenciais humanos de comunicação e interação em sociedade.
Guilherme Kanagusku é especialista da Kaizen em gestão de conteúdo empresarial e gestão do conhecimento