Participei de uma formação durante 18 meses onde aprendi que é muito difícil para todas as pessoas o momento da despedida, seja de um romance, uma viagem ou o término de uma relação empregatícia. As pessoas tendem a criar conflitos por não saberem “fechar a porta”.
São poucos os casos onde a pessoa pediu demissão, esperou a empresa achar um substituto para colocar no lugar e ainda com certa tranqüilidade repassou noções de seu trabalho para o (a) novato (a). Geralmente quando a pessoa pede para sair da empresa, sua mente já está em outro lugar e rapidamente, por pura ansiedade ou por não saber agir, larga tudo e literalmente sai correndo.
Quando é a empresa que demite ela também já está ansiosa para que o colaborador saia, pois na maioria dos casos o colaborador não corresponde às expectativas da empresa e foi sinalizado, em outros momentos, quando havia ainda esperança que o colaborador mudasse seu comportamento/trabalho e tal mudança não ocorreu.
Alguns gerentes convivem certo tempo com o colaborador, criam afinidades, mostram votos de confiança e quando o mesmo não corresponde às expectativas, sentem como se existisse uma “traição” pois a pessoa não correspondeu ao esperado. O que há nestes casos: ou o gestor criou muitas expectativas para aquela pessoa ou o recrutamento e seleção foi mal realizado (mas isto é outra história).
A frustração, para ambos, é inerente e o sentimento de “fui enganado” ou “me deixei enganar” é grande. Então a gerência quer mais que a pessoa pegue suas coisas e vá embora, não quer que o colaborador fique, pois corre o risco dele falar mal da empresa ou da chefia.
Até onde pude estudar o assunto, estas coisas ocorrem porque o processo de se incluir e excluir em qualquer grupo não é um processo fácil. Então, esta exclusão faz com que a angústia aumente e queiram acabar logo com a relação. Faz com que as pessoas não acionem o melhor do seu equilíbrio emocional.
Porém, vivemos num mundo circular e minha sugestão é que por mais difícil que seja este momento, por mais ansiogênico que seja para todos os envolvidos, precisamos fechar a porta sem bater e deixar pelo menos uma janela aberta. No caso de pedido de demissão, o ex-colaborador precisa se despedir das pessoas, precisa deixar contatos, precisa deixar escrito o que fazia na empresa, um procedimento talvez....
No caso de demissão por parte da empresa, o ex-gestor precisa saber também que aquele momento é delicado e quem sabe pedir para o colaborador ir embora e voltar em outro dia mais calmo para buscar suas coisas. Fazer uma entrevista de desligamento para que a pessoa possa desabafar e também sinalizar melhorias para a empresa. Solicitar que o mesmo mantenha-se ético e com postura prudente, não deixando que mágoas atrapalhem este final.
Em algumas empresas, uma boa prática é o ex-colaborador poder repassar um e-mail ao gestor e este repassar aos colegas com sua despedida e contatos. Porque o futuro, que sempre é construído por nós, pode trazer oportunidades que nem imaginamos. Quem sabe nos deparamos com pessoas que fizeram parte de nosso passado e quiçá voltem a trabalhar conosco? Quem sabe aquela pessoa que nos demitiu ou aquela para quem pedimos para sair, seja gestor em outra empresa que estamos pleiteando vaga?
Por todas estas razões não podemos bater portas.
Não podemos prever o futuro, mas podemos modificar situações, alterando nosso presente.
Raquel Bertoletti é consultora de Recursos Humanos e Qualidade da TI Works
São poucos os casos onde a pessoa pediu demissão, esperou a empresa achar um substituto para colocar no lugar e ainda com certa tranqüilidade repassou noções de seu trabalho para o (a) novato (a). Geralmente quando a pessoa pede para sair da empresa, sua mente já está em outro lugar e rapidamente, por pura ansiedade ou por não saber agir, larga tudo e literalmente sai correndo.
Quando é a empresa que demite ela também já está ansiosa para que o colaborador saia, pois na maioria dos casos o colaborador não corresponde às expectativas da empresa e foi sinalizado, em outros momentos, quando havia ainda esperança que o colaborador mudasse seu comportamento/trabalho e tal mudança não ocorreu.
Alguns gerentes convivem certo tempo com o colaborador, criam afinidades, mostram votos de confiança e quando o mesmo não corresponde às expectativas, sentem como se existisse uma “traição” pois a pessoa não correspondeu ao esperado. O que há nestes casos: ou o gestor criou muitas expectativas para aquela pessoa ou o recrutamento e seleção foi mal realizado (mas isto é outra história).
A frustração, para ambos, é inerente e o sentimento de “fui enganado” ou “me deixei enganar” é grande. Então a gerência quer mais que a pessoa pegue suas coisas e vá embora, não quer que o colaborador fique, pois corre o risco dele falar mal da empresa ou da chefia.
Até onde pude estudar o assunto, estas coisas ocorrem porque o processo de se incluir e excluir em qualquer grupo não é um processo fácil. Então, esta exclusão faz com que a angústia aumente e queiram acabar logo com a relação. Faz com que as pessoas não acionem o melhor do seu equilíbrio emocional.
Porém, vivemos num mundo circular e minha sugestão é que por mais difícil que seja este momento, por mais ansiogênico que seja para todos os envolvidos, precisamos fechar a porta sem bater e deixar pelo menos uma janela aberta. No caso de pedido de demissão, o ex-colaborador precisa se despedir das pessoas, precisa deixar contatos, precisa deixar escrito o que fazia na empresa, um procedimento talvez....
No caso de demissão por parte da empresa, o ex-gestor precisa saber também que aquele momento é delicado e quem sabe pedir para o colaborador ir embora e voltar em outro dia mais calmo para buscar suas coisas. Fazer uma entrevista de desligamento para que a pessoa possa desabafar e também sinalizar melhorias para a empresa. Solicitar que o mesmo mantenha-se ético e com postura prudente, não deixando que mágoas atrapalhem este final.
Em algumas empresas, uma boa prática é o ex-colaborador poder repassar um e-mail ao gestor e este repassar aos colegas com sua despedida e contatos. Porque o futuro, que sempre é construído por nós, pode trazer oportunidades que nem imaginamos. Quem sabe nos deparamos com pessoas que fizeram parte de nosso passado e quiçá voltem a trabalhar conosco? Quem sabe aquela pessoa que nos demitiu ou aquela para quem pedimos para sair, seja gestor em outra empresa que estamos pleiteando vaga?
Por todas estas razões não podemos bater portas.
Não podemos prever o futuro, mas podemos modificar situações, alterando nosso presente.
Raquel Bertoletti é consultora de Recursos Humanos e Qualidade da TI Works