Que a virtualização é um caminho sem volta, praticamente ninguém mais tem dúvidas. Suas vantagens são atrativas demais para oferecer resistência.  Podemos começar pela redução de custos, seguindo pela consolidação de ambientes, menor consumo de energia, melhor aproveitamento do espaço físico e a diminuição dos ativos de rede. Tudo isso sem falar na agilidade para provisionar novos sistemas, o gerenciamento centralizado e a simplificação de planos de continuidade de negócios, antes atrelados a soluções complexas e caras.

Estimado leitor, imagino que você já tenha ouvido falar muito disso tudo, talvez até esteja achando redundante. Mas esta retomada é importante para que fique claro que a virtualização está indo muito além de tudo o que já falamos e ouvimos.  Através desta série de publicações sobre o tema iremos explanar os principais produtos que estão sendo ofertados para o mercado corporativo, sem deixar de fora as tecnologias promissoras. Nesse primeiro artigo, partiremos de uma abordagem inicial que apresenta brevemente as tecnologias disponíveis e nos próximos seguiremos explorando de forma mais aprofundada as principais características de cada uma delas. No decorrer do tempo espero que possamos desenvolver uma visão mais abrangente, tanto sob o ponto de vista de gestão quanto técnico.

Nesse grande mercado de virtualização em plataforma x86, a pioneira VMware continua mantendo-se como líder absoluta.  Após o sucesso do produto Infrastructure 3 ela anunciou o vSphere 4 e a próxima geração  de virtualização, com grande enfoque em cloud computing. Estamos falando de um market share que varia de 70% a 80%, dependendo da fonte de pesquisa.

Mas como diz o ditado, quem está vencendo sempre carrega também um alvo nas costas. Produtos concorrentes estão surgindo de todas as partes e nestes últimos meses estamos presenciando algumas reorganizações no mercado, novas ofertas comerciais e técnicas anunciam a maturidade ou o surgimento de competidores reais para essa disputa. Entre os principais, estão gigantes como a Microsoft com o Hyper-V, a Citrix com o XenServer, a Oracle com o Oracle VM, o xVM da recém adquirida Sun e o Virtual Iron, também da sua última aquisição. Fecham a lista a Novell, que oferece junto com o SUSE Linux o hipervisor Xen e a Red Hat que também oferece o Xen junto com seu sistema operacional, mas volta seus esforços para o lançamento de um hypervisor baseado no KVM (Kernel-based Virtual Machine).

As recentes melhorias de hardware também são muito importantes. Através dos novos processadores, os hipervisors podem confiar diretamente para a CPU a execução de instruções que antes ocorriam apenas em software. Nesse cenário, tanto Intel como AMD competem e os fornecedores de virtualização buscam parcerias para ter suas funcionalidades específicas desenvolvidas nos chips. A Intel oferece esse suporte através dos processadores com tecnologia de virtualização assistida por hardware, ou Intel VT, que incluem os conjuntos de instruções VT-x, VT-d e VT-c. Do outro lado temos a AMD, que apresenta os processadores com suporte a tecnologia AMD-V.

Toda essa movimentação mostra que ainda existe um grande mercado a ser explorado, o que pode fazer com que cada player busque seu próprio nicho. Como administradores e gestores de ambientes nós devemos primar por soluções que além de competitivas técnica e financeiramente, também estejam abertas para a interoperabilidade com outras tecnologias, pois diferentes ambientes deverão coexistir, inclusive como um fator estratégico.

No nosso próximo artigo vamos nos aprofundar na oferta de soluções da VMware, que certamente não está de braços cruzados vendo a concorrência aumentar e se fortalecer.

Até lá!

Rovilso Lucas Schenatto é especialista em infraestrutura de TI, nas áreas de virtualização e armazenamento