Depois do artigo introdutório Virtualização: a revolução do datacenter, faremos uma abordagem individual e mais abrangente a respeito das principais tecnologias de virtualização que são ofertadas ao mercado corporativo atualmente. Vamos começar pela atual líder de mercado, a Vmware.
Ela foi fundada em 1998 e no ano seguinte lançou seu primeiro produto de virtualização, o VMware Workstation. Em 2001 entrou no mercado de servidores com o VMware GSX Server e o VMware ESX Server. No ano de 2003, após o lançamento do VMware Virtual Center e do VMware VMotion, começou a estabelecer-se como líder em tecnologia de infraestrutura virtual, sendo adquirida no final do mesmo ano pela EMC por 635 milhões de dólares.
Em 2004 lançou o VMware ACE e entre os anos de 2005 e 2006 o VMware Player e VMware Server (ambos gratuitos), com o foco em atingir usuários de virtualização iniciantes. No final do primeiro semestre de 2006 lançou o VMware Infrastructure 3, um pacote com recursos abrangentes de virtualização, gerenciamento, otimização de recursos, disponibilidade de aplicativos e automação operacional, tudo em uma oferta integrada.
Com uma estratégia global através da venda direta e com o apoio de parceiros especializados de implementação ou por meio do modelo OEM (Original Equipment Manufacturer), em parceria com fabricantes de hardware, a VMware conquistou e continua conquistando muitos clientes com o Infrastructure 3. O nível de maturidade atingido nesta versão, o respaldo da EMC, uma estratégia comercial unificada e cases de sucesso criaram o ambiente de confiança necessário para que muitas empresas começassem a pensar em virtualização realmente como solução corporativa, muito além dos laboratórios e ambientes de testes.
O pacote Infrastructure Enterprise de que estamos falando é estruturado na combinação das seguintes tecnologias:
VMFS: sistema de arquivos de cluster que permite a várias instalações de ESX acessarem simultaneamente as mesmas máquinas virtuais, em um storage compartilhado, formando a base das demais tecnologias;
Virtual SMP (Virtual Symmetric Multi-Processing): permite virtualizar aplicativos corporativos que mais utilizam processador, uma vez que uma mesma máquina virtual pode alocar vários processadores físicos simultaneamente;
DRS (Distributed Resource Scheduler): monitora a utilização dos servidores físicos e de forma inteligente faz a realocação das máquinas virtuais, sem a interrupção dos serviços;
VMotion: possibilita a migração das máquinas virtuais em tempo real entre diferentes servidores físicos, viabilizando manutenções sem interrupções no ambiente de TI;
HA (VMware High Availability): através da monitoração continua de todos os servidores físicos proporciona alta disponibilidade com o baixa complexidade. Em caso de falha, reinicia as máquinas virtuais afetadas em outro equipamento;
Consolidated Backup: através de um servidor proxy, fornece um recurso de backup centralizado para as máquinas virtuais;
Virtual Center: console de gerenciamento centralizado para o ambiente virtual que pode ser acessada tanto através de client como pela web. Permite integração com produtos de gerenciamento de terceiros e também o desenvolvimento personalizado.
Em uma análise macro é possível constatar que o sucesso inicial da versão Infrastructure 3 foi fomentado por um mercado sedento pelas vantagens propiciadas pela virtualização, em um momento em que não se apresentavam concorrentes a altura da VMware, capazes de ofertar soluções em regime de igualdade. Inclusive foi principalmente nesta época que, observando o potencial do mercado de virtualização em plataforma baixa, a concorrência despertou e efetivamente começou a trabalhar no sentido de desenvolver uma solução alternativa e ofertá-la ao mercado o mais rápido possível.
Mas estando a VMware em uma posição privilegiada, observando a boa receptividade do seu produto e percebendo também a movimentação da concorrência, trabalhou nos bastidores e alinhada com as novas tendências lançou recentemente o VMware vSphere 4.0, classificando-o como “a melhor plataforma para a criação de infraestruturas em nuvem”.
Sabemos que, embora a computação em nuvem possa representar uma grande revolução na infraestrutura de TI que conhecemos atualmente, estamos neste momento passando pela fase de conceito, definição de padrões e maturidade, assistindo a uma grande disputa entre os principais fabricantes. Muito embora as distâncias estejam cada vez menores, uma vez esclarecidos os caminhos, ainda pode levar algum tempo para a tecnologia atingir na prática o nosso mercado local. Porém o pioneirismo da VMware mais uma vez poderá colocá-la em posição de vanguarda e ela, estrategicamente, aproveita a badalação existente em torno do tema.
Segundo análise da própria VMware, o orçamento atual dos departamentos de TI divide-se de maneira geral da seguinte forma: 23% de investimento em aplicativos, 30% na manutenção dos aplicativos, 5% de investimento em infraestrutura e 42% na manutenção da infraestrutura. Uma complexidade alta, onde em média somente 30% do orçamento de TI é destinado a promover inovação e vantagem competitiva, enquanto é necessário 70% para manter o datacenter rodando. Diante disso a meta é buscar eficiência, controle e a possibilidade de escolha, visualizando a TI como serviço, quer seja fornecido interno ou externamente. Nessa visão, um sistema operacional de Cloud é a base para infraestruturas de nuvem internas e externas, que entreguem também segurança e conformidade, com um modelo de gerenciamento baseado em SLA e contemplem aplicativos atuais e futuros.
Desta forma, a VMware anuncia ao mercado que o vSphere 4.0 é eficiente na medida em que reduz os custos operacionais e de capital em mais de 50% em todos os aplicativos, possibilita o controle enquanto automatiza a qualidade do serviço e dá ao cliente o poder da escolha, mantendo a independência em relação ao hardware, sistema operacional, aplicativos e provedores de serviço. É o mundo dos sonhos dos departamentos de infraestrutura de TI, que agora podem oferecer novos serviços para as áreas de negócio nos prazos esperados, dentro do orçamento e com qualidade de serviço garantida. Será que é tudo isso mesmo?
O vSphere - o primeiro sistema operacional para cloud, segundo a VMware - atende de forma avançada a serviços de infraestrutura e aplicativos, tanto na nuvem interna quanto na externa. Na camada de aplicativos, enfoque para disponibilidade (clusters e proteção de dados – incluindo VMotion, Storage VMotion, HA, Fault Tolerance, Data Recovery), segurança (firewall, antivírus, prevenção e detecção contra intrusão – incluindo vShield Zones e VMSafe) e escalabilidade (dimensionamento dinâmico de recursos – incluindo DRS e adição dinâmica). A camada de infraestrutura é composta por vCompute (assistente de hardware e compatibilidade de migração em tempo real melhorada – incluindo ESX, ESXi e DRS/DPM), vStorage (gerenciamento de replicação de armazenamento e dispositivos de armazenamento virtual – incluindo VMFS e Thin Provisioning) e vNetwork (gerenciamento da rede – que inclui distributed switch).
Aplicações críticas e de grande volume de I/O, como banco de dados Oracle e SQL, já podem ser virtualizados. Agora cada VM pode ter até 8 processadores, endereçar 255GB de RAM, dispor de 4 controladoras SCSI virtuais, discos de até 2TB e 10 placas de rede. Já os hosts suportam volumes de disco de até 64TB, 256 VMs cada, 8 HBAs totalizando até 16 portas, 1TB de RAM e até 32 placas de rede.
Se você já é usuário VMware talvez deva estar ansioso para começar a fazer testes com a nova versão e quem sabe planejar a migração para seu ambiente de produção. Mas antes disso procure certificar-se da compatibilidade de licenciamento, pois nem sempre você terá direito a todos os recursos da nova versão, mesmo já tendo licenciado a versão full da Infrastructure Enterprise. Talvez a VMware esteja tentando maximizar seus lucros ao máximo neste momento, aproveitando-se de seu posicionamento. Porém já existam rumores de cortes de preços para combater as investidas da concorrência, que estaria batalhando para conquistar clientes potenciais. Estratégias a parte, recentemente a VMware adquiriu parte das ações da empresa de cloud Terremark (presente inclusive no Brasil, em SP) , com o objetivo de fomentar o segmento de serviços de computação em nuvem através de injeção direta de recursos. A partir de então, um usuário de vSphere 4.0 pode teoricamente deslocar parte de sua nuvem interna para a Terremark em minutos.
Presenciamos grandes mudanças e evoluções gradativas e incrementais com relação às versões anteriores e principalmente a como vínhamos pensando em virtualização. Parece que a fase e o discurso comercial de ganhos por consolidação estão para ser superados por abordagens novas, embora muitas empresas estejam neste estágio e outras tantas ainda nem chegaram nele. Seja através da VMware ou da sua concorrência, estamos prestes a alcançar um novo patamar em virtualização e a infraestrutura de TI dá sinais de começar a atingir um nível superior de maturidade, principalmente quando se apresenta como serviço e de forma alinhada com as expectativas das áreas de negócio. Será que nosso trabalho também começará a ser mais estratégico, previsível e controlado que até nos esqueceremos daqueles tumultuados dias de bombeiro?
No nosso próximo artigo falaremos sobre o Microsoft Hyper-V.
Rovilso Lucas Schenatto é especialista em infraestrutura de TI, nas áreas de virtualização e armazenamento.
Ela foi fundada em 1998 e no ano seguinte lançou seu primeiro produto de virtualização, o VMware Workstation. Em 2001 entrou no mercado de servidores com o VMware GSX Server e o VMware ESX Server. No ano de 2003, após o lançamento do VMware Virtual Center e do VMware VMotion, começou a estabelecer-se como líder em tecnologia de infraestrutura virtual, sendo adquirida no final do mesmo ano pela EMC por 635 milhões de dólares.
Em 2004 lançou o VMware ACE e entre os anos de 2005 e 2006 o VMware Player e VMware Server (ambos gratuitos), com o foco em atingir usuários de virtualização iniciantes. No final do primeiro semestre de 2006 lançou o VMware Infrastructure 3, um pacote com recursos abrangentes de virtualização, gerenciamento, otimização de recursos, disponibilidade de aplicativos e automação operacional, tudo em uma oferta integrada.
Com uma estratégia global através da venda direta e com o apoio de parceiros especializados de implementação ou por meio do modelo OEM (Original Equipment Manufacturer), em parceria com fabricantes de hardware, a VMware conquistou e continua conquistando muitos clientes com o Infrastructure 3. O nível de maturidade atingido nesta versão, o respaldo da EMC, uma estratégia comercial unificada e cases de sucesso criaram o ambiente de confiança necessário para que muitas empresas começassem a pensar em virtualização realmente como solução corporativa, muito além dos laboratórios e ambientes de testes.
O pacote Infrastructure Enterprise de que estamos falando é estruturado na combinação das seguintes tecnologias:
VMFS: sistema de arquivos de cluster que permite a várias instalações de ESX acessarem simultaneamente as mesmas máquinas virtuais, em um storage compartilhado, formando a base das demais tecnologias;
Virtual SMP (Virtual Symmetric Multi-Processing): permite virtualizar aplicativos corporativos que mais utilizam processador, uma vez que uma mesma máquina virtual pode alocar vários processadores físicos simultaneamente;
DRS (Distributed Resource Scheduler): monitora a utilização dos servidores físicos e de forma inteligente faz a realocação das máquinas virtuais, sem a interrupção dos serviços;
VMotion: possibilita a migração das máquinas virtuais em tempo real entre diferentes servidores físicos, viabilizando manutenções sem interrupções no ambiente de TI;
HA (VMware High Availability): através da monitoração continua de todos os servidores físicos proporciona alta disponibilidade com o baixa complexidade. Em caso de falha, reinicia as máquinas virtuais afetadas em outro equipamento;
Consolidated Backup: através de um servidor proxy, fornece um recurso de backup centralizado para as máquinas virtuais;
Virtual Center: console de gerenciamento centralizado para o ambiente virtual que pode ser acessada tanto através de client como pela web. Permite integração com produtos de gerenciamento de terceiros e também o desenvolvimento personalizado.
Em uma análise macro é possível constatar que o sucesso inicial da versão Infrastructure 3 foi fomentado por um mercado sedento pelas vantagens propiciadas pela virtualização, em um momento em que não se apresentavam concorrentes a altura da VMware, capazes de ofertar soluções em regime de igualdade. Inclusive foi principalmente nesta época que, observando o potencial do mercado de virtualização em plataforma baixa, a concorrência despertou e efetivamente começou a trabalhar no sentido de desenvolver uma solução alternativa e ofertá-la ao mercado o mais rápido possível.
Mas estando a VMware em uma posição privilegiada, observando a boa receptividade do seu produto e percebendo também a movimentação da concorrência, trabalhou nos bastidores e alinhada com as novas tendências lançou recentemente o VMware vSphere 4.0, classificando-o como “a melhor plataforma para a criação de infraestruturas em nuvem”.
Sabemos que, embora a computação em nuvem possa representar uma grande revolução na infraestrutura de TI que conhecemos atualmente, estamos neste momento passando pela fase de conceito, definição de padrões e maturidade, assistindo a uma grande disputa entre os principais fabricantes. Muito embora as distâncias estejam cada vez menores, uma vez esclarecidos os caminhos, ainda pode levar algum tempo para a tecnologia atingir na prática o nosso mercado local. Porém o pioneirismo da VMware mais uma vez poderá colocá-la em posição de vanguarda e ela, estrategicamente, aproveita a badalação existente em torno do tema.
Segundo análise da própria VMware, o orçamento atual dos departamentos de TI divide-se de maneira geral da seguinte forma: 23% de investimento em aplicativos, 30% na manutenção dos aplicativos, 5% de investimento em infraestrutura e 42% na manutenção da infraestrutura. Uma complexidade alta, onde em média somente 30% do orçamento de TI é destinado a promover inovação e vantagem competitiva, enquanto é necessário 70% para manter o datacenter rodando. Diante disso a meta é buscar eficiência, controle e a possibilidade de escolha, visualizando a TI como serviço, quer seja fornecido interno ou externamente. Nessa visão, um sistema operacional de Cloud é a base para infraestruturas de nuvem internas e externas, que entreguem também segurança e conformidade, com um modelo de gerenciamento baseado em SLA e contemplem aplicativos atuais e futuros.
Desta forma, a VMware anuncia ao mercado que o vSphere 4.0 é eficiente na medida em que reduz os custos operacionais e de capital em mais de 50% em todos os aplicativos, possibilita o controle enquanto automatiza a qualidade do serviço e dá ao cliente o poder da escolha, mantendo a independência em relação ao hardware, sistema operacional, aplicativos e provedores de serviço. É o mundo dos sonhos dos departamentos de infraestrutura de TI, que agora podem oferecer novos serviços para as áreas de negócio nos prazos esperados, dentro do orçamento e com qualidade de serviço garantida. Será que é tudo isso mesmo?
O vSphere - o primeiro sistema operacional para cloud, segundo a VMware - atende de forma avançada a serviços de infraestrutura e aplicativos, tanto na nuvem interna quanto na externa. Na camada de aplicativos, enfoque para disponibilidade (clusters e proteção de dados – incluindo VMotion, Storage VMotion, HA, Fault Tolerance, Data Recovery), segurança (firewall, antivírus, prevenção e detecção contra intrusão – incluindo vShield Zones e VMSafe) e escalabilidade (dimensionamento dinâmico de recursos – incluindo DRS e adição dinâmica). A camada de infraestrutura é composta por vCompute (assistente de hardware e compatibilidade de migração em tempo real melhorada – incluindo ESX, ESXi e DRS/DPM), vStorage (gerenciamento de replicação de armazenamento e dispositivos de armazenamento virtual – incluindo VMFS e Thin Provisioning) e vNetwork (gerenciamento da rede – que inclui distributed switch).
Aplicações críticas e de grande volume de I/O, como banco de dados Oracle e SQL, já podem ser virtualizados. Agora cada VM pode ter até 8 processadores, endereçar 255GB de RAM, dispor de 4 controladoras SCSI virtuais, discos de até 2TB e 10 placas de rede. Já os hosts suportam volumes de disco de até 64TB, 256 VMs cada, 8 HBAs totalizando até 16 portas, 1TB de RAM e até 32 placas de rede.
Se você já é usuário VMware talvez deva estar ansioso para começar a fazer testes com a nova versão e quem sabe planejar a migração para seu ambiente de produção. Mas antes disso procure certificar-se da compatibilidade de licenciamento, pois nem sempre você terá direito a todos os recursos da nova versão, mesmo já tendo licenciado a versão full da Infrastructure Enterprise. Talvez a VMware esteja tentando maximizar seus lucros ao máximo neste momento, aproveitando-se de seu posicionamento. Porém já existam rumores de cortes de preços para combater as investidas da concorrência, que estaria batalhando para conquistar clientes potenciais. Estratégias a parte, recentemente a VMware adquiriu parte das ações da empresa de cloud Terremark (presente inclusive no Brasil, em SP) , com o objetivo de fomentar o segmento de serviços de computação em nuvem através de injeção direta de recursos. A partir de então, um usuário de vSphere 4.0 pode teoricamente deslocar parte de sua nuvem interna para a Terremark em minutos.
Presenciamos grandes mudanças e evoluções gradativas e incrementais com relação às versões anteriores e principalmente a como vínhamos pensando em virtualização. Parece que a fase e o discurso comercial de ganhos por consolidação estão para ser superados por abordagens novas, embora muitas empresas estejam neste estágio e outras tantas ainda nem chegaram nele. Seja através da VMware ou da sua concorrência, estamos prestes a alcançar um novo patamar em virtualização e a infraestrutura de TI dá sinais de começar a atingir um nível superior de maturidade, principalmente quando se apresenta como serviço e de forma alinhada com as expectativas das áreas de negócio. Será que nosso trabalho também começará a ser mais estratégico, previsível e controlado que até nos esqueceremos daqueles tumultuados dias de bombeiro?
No nosso próximo artigo falaremos sobre o Microsoft Hyper-V.
Rovilso Lucas Schenatto é especialista em infraestrutura de TI, nas áreas de virtualização e armazenamento.