Coaching para mulheres deve considerar características típicas femininas.
Os resultados são executivas mais seguras, produtivas e que sabem se colocar como líderes
Indiscutivelmente a mulher conquistou o seu espaço no mundo executivo do Século XXI. Segundo pesquisa divulgada recentemente pelo IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), o percentual das mulheres no mercado de trabalho subiu de 46% do total em 1996, para 52,6% em 2006, ou seja, mais da metade da população produtiva. Agora, superada esta primeira barreira de inserção, o grande desafio feminino é conciliar as diversas facetas da vida moderna: ser mãe; esposa; dona de casa e profissional. Sem se esquecer de manter a forma física, o bom humor e o charme.
Uma das saídas procuradas por este público é o investimento no processo de coaching. Aproximadamente 70% dos meus clientes pessoa física são mulheres. E existe um motivo para isso. A mulher tem mais abertura em procurar alternativas que a auxiliem a cumprir as suas obrigações.
O processo de coaching voltado para mulheres segue a mesma metodologia de outros públicos, porém são levadas em consideração certas características típicas do gênero feminino. Ao longo do tempo, o desenvolvimento do cérebro de homens e mulheres foi se diferenciando. Enquanto o homem se responsabilizava pela caça e luta nos tempos mais primitivos, a mulher se ocupou da educação e bem estar dos filhos. Isso resultou no maior desenvolvimento de diferentes regiões do cérebro e na distinção de habilidades masculinas e femininas que se propagam até os dias de hoje. As mulheres têm, por exemplo, tendência para uma maior facilidade de comunicação e sociabilidade, já os homens são excelentes em ações mais objetivas e focadas.
Por conseqüência, no ambiente profissional, a mulher tende a ser menos focada e a responsabilizar-se por várias atividades ao mesmo tempo. Isto é certamente considerada uma qualidade, em um cenário em que o líder multidisciplinar é extremamente valorizado. O problema é que, muitas vezes, as mulheres têm uma visão tão ampla do negócio e com maior foco nas pessoas, que podem se esquecer de focar os resultados concretos. O coaching pode auxiliar a mulher a definir com clareza o que ela quer e até onde quer chegar, assumindo de forma clara e segura o seu papel de líder, impondo-se aos demais e deixando para trás o papel passivo. Desta forma, ela assume com mais segurança o controle de sua vida e de seus projetos, realizando escolhas conscientes tanto no âmbito pessoal como profissional.
Uma questão importante no processo de coaching é a mulher começar a colocar-se na linha de frente, junto com os seus colegas de trabalho masculinos, a fim de assumir as posições de alta gerência. Contudo é preciso saber que, na grande maioria das vezes, para chegar a ocupar estes postos terá que ser melhor e mais eficaz que os mesmos colegas. Para ilustrar isso, cito uma conhecida minha que afirma que “só fui eu a promovida, porque o meu chefe não encontrou um homem um pouquinho pior que eu”.
A mudança de postura tem bastante impacto na vida pessoal. A mulher se sente mais segura de seus potenciais e objetivos, por isso, consegue interagir com mais fluidez em seu universo. Os empecilhos do dia a dia deixam de ser problemas e se transformam em desafios a serem superados, sendo que esta superação depende inteiramente dela e não de terceiros. Ela assume a responsabilidade da sua própria vida e não se culpabiliza por seguir também os seus sonhos e objetivos, para além de acompanhar família e trabalho.
* Susana Azevedo e especialista em coaching para executivos de elevado potencial pelo Integrated Coaching Institute e membro do ICF - International Coaching Federation.