A adesão dos latino-americanos e, principalmente dos brasileiros, à plataforma móvel tem aumentado numa escala sem precedentes. Ao mesmo tempo em que contribui para superar gaps históricos de comunicação a distância no continente, a população vem intensificando o uso diário do celular, estimulando o desenvolvimento de uma infindável quantidade de produtos, aplicativos e conteúdos direcionados ao equipamento.
Num curto espaço de tempo, descobrem-se tantas e inéditas utilizações para atender a novas necessidades que, não fosse o telefone móvel um simples aparelho tecnológico, poderia perfeitamente ser associado a um bicho de estimação, dado o relacionamento quase afetivo que o usuário mantém com o equipamento, sem contar a necessidade de tê-lo sempre à mão. Com isso, esse “fiel companheiro” tende a ser o epicentro da convergência, termo utilizado para sinalizar a união dos recursos de telecomunicações, hoje dispostos em diversos ambientes numa única plataforma.
Nos últimos anos, os aparelhos se sofisticaram e as mudanças ocorreram em diferentes planos, desde o uso funcional até o relacionamento com as marcas e o processo de compra. Enquanto que os consumidores de países como Estados Unidos, Alemanha e Inglaterra manifestam preferência por aparelhos com utilidades especificas, em vez de dispositivos com múltiplos recursos, na América Latina, assim como na maioria dos países emergentes, o comportamento é oposto.
No Brasil percebemos que, quanto mais forte é o vínculo com o produto, serviço ou marca, maior é a receptividade a equipamentos que concentrem o maior número de funções, favorecendo a receptividade a marcas amplamente disseminadas como Sony, Apple, MSN ou Google.
A ponta do iceberg
Negar a força desses produtos, serviços ou marcas baseando-se em market share é como olhar apenas a ponta do iceberg. O que eles representam vai muito além do que é perceptível na superfície.
Quando o iPhone chegou à América Latina, o que se viu, além de expressivos resultados de vendas, foi o seu impacto nos hábitos e usos dos consumidores. No primeiro mês, mais da metade dos acessos à internet, via celular, foram feitos por meio desse modelo.
Isso demonstra que a facilidade de uso, a expertise da marca na internet e sua combinação com uma extensa variedade de recursos vêm ao encontro de uma necessidade até agora ignorada pelos fabricantes de celulares da região: a intensidade da comunicação, em variedade e profundidade. A demanda por amplos relacionamentos e pelo desejo de compartilhar absolutamente tudo, independentemente da relevância, pode perfeitamente (e deve) ser suprida.
A força da marca hoje é representada por uma combinação entre a preferência dos consumidores versus o seu desempenho no trade (disponibilidade do produto nas prateleiras). A partir dessa simples equação, é possível entender quem está avançando ou recuando em termos de valor para o consumidor. Avançar em uma dimensão sem alavancar a outra pode fazer tanto estrago como colidir com um iceberg.
* Lucas Pestalozzi é diretor da área de Tecnologia da TNS Research International, líder mundial no segmento de pesquisas de mercado customizadas.
Num curto espaço de tempo, descobrem-se tantas e inéditas utilizações para atender a novas necessidades que, não fosse o telefone móvel um simples aparelho tecnológico, poderia perfeitamente ser associado a um bicho de estimação, dado o relacionamento quase afetivo que o usuário mantém com o equipamento, sem contar a necessidade de tê-lo sempre à mão. Com isso, esse “fiel companheiro” tende a ser o epicentro da convergência, termo utilizado para sinalizar a união dos recursos de telecomunicações, hoje dispostos em diversos ambientes numa única plataforma.
Nos últimos anos, os aparelhos se sofisticaram e as mudanças ocorreram em diferentes planos, desde o uso funcional até o relacionamento com as marcas e o processo de compra. Enquanto que os consumidores de países como Estados Unidos, Alemanha e Inglaterra manifestam preferência por aparelhos com utilidades especificas, em vez de dispositivos com múltiplos recursos, na América Latina, assim como na maioria dos países emergentes, o comportamento é oposto.
No Brasil percebemos que, quanto mais forte é o vínculo com o produto, serviço ou marca, maior é a receptividade a equipamentos que concentrem o maior número de funções, favorecendo a receptividade a marcas amplamente disseminadas como Sony, Apple, MSN ou Google.
A ponta do iceberg
Negar a força desses produtos, serviços ou marcas baseando-se em market share é como olhar apenas a ponta do iceberg. O que eles representam vai muito além do que é perceptível na superfície.
Quando o iPhone chegou à América Latina, o que se viu, além de expressivos resultados de vendas, foi o seu impacto nos hábitos e usos dos consumidores. No primeiro mês, mais da metade dos acessos à internet, via celular, foram feitos por meio desse modelo.
Isso demonstra que a facilidade de uso, a expertise da marca na internet e sua combinação com uma extensa variedade de recursos vêm ao encontro de uma necessidade até agora ignorada pelos fabricantes de celulares da região: a intensidade da comunicação, em variedade e profundidade. A demanda por amplos relacionamentos e pelo desejo de compartilhar absolutamente tudo, independentemente da relevância, pode perfeitamente (e deve) ser suprida.
A força da marca hoje é representada por uma combinação entre a preferência dos consumidores versus o seu desempenho no trade (disponibilidade do produto nas prateleiras). A partir dessa simples equação, é possível entender quem está avançando ou recuando em termos de valor para o consumidor. Avançar em uma dimensão sem alavancar a outra pode fazer tanto estrago como colidir com um iceberg.
* Lucas Pestalozzi é diretor da área de Tecnologia da TNS Research International, líder mundial no segmento de pesquisas de mercado customizadas.