A morte dos jogos de computador já foi assunto em fóruns de jogadores, era comum encontrar tópicos de discussão comentando que o fim desses jogos estava perto, já que as produtoras fechavam as portas e as produções milionárias não davam o retorno esperado. Vários fatores auxiliavam na difusão desses rumores, entre eles:  vídeo games de ultima geração que permite jogos via internet e a queda nas vendas, resultado do preço alto e da pirataria (um decorrente do outro).

No Brasil a situação era agravada devido aos altos preços de venda praticados por lojas de informática. Outro fator influenciador na redução de vendas e aumento da pirataria é a demora para os jogos chegarem às lojas após lançados, muitas vezes é mais fácil piratear do que conseguir os jogos originais, já que sites de compartilhamento e torrents distribuem jogos quase que instantaneamente após o lançamento.

Alheio a estes problemas surgiu uma opção que trouxe um novo momento aos jogos, inclusive com a previsão de que o segmento ultrapasse a indústria de musica e do cinema em 2011, conforme anunciado pelo site do Ars Technica. É o Steam, um software similar ao iTunes (que deu um novo sentido ao MP3) que possibilita a compra e o downloads de diversos jogos na hora. Atualmente está disponível para downloads mais de mil jogos e o Steam ainda disponibiliza a vantagem de atualizar automaticamente os jogos, o usuário precisa apenas ligar e jogar. Porém o Steam solucionou apenas o problema da distribuição, já que os preços de venda são basicamente os mesmos praticados em lojas dos EUA, com os lançamentos custando na faixa de  US$ 39.90 à US$ 49.90.

O mercado estava à espera de jogos bons e com preços acessíveis, isso abriu a possibilidade para o surgimento dos jogos INDIEs (Independent video game development), estes que são criações independentes criados por um grupo pequeno de pessoas está conquistando cada vez mais espaço entre os gamers. Produtores com a iniciativa Indie vendem jogos de US$1 a US$ 5 no Steam, e mesmo com o Steam ficando com 30% de cada jogo vendido por eles, à solução ainda é rentável graças ao alcance comercial e credibilidade que o programa tem. 

Por se tratar de uma produção independente o desenvolvedor pode arriscar mais oferecendo inovações impensáveis para um jogo de grande produção e é esse que tem sido o principal diferencial do movimento indie, oferecer o que as grandes produções não oferecem. Esta atitude é que faz o movimento crescer, inclusive com desenvolvedores de jogos no Brasil, apesar do público alvo para vendas ser no exterior, algo que deve mudar em breve já que surgem no cenário nacional escolas especializadas em formar game designers, comunidades para os desenvolvedores trocarem idéias e compartilharem conhecimentos e recentemente também aconteceu conferências de jogos nacional e internacional onde os jogos indies cada vez mais são assuntos recorrentes nas palestras apresentadas.

O mercado dos jogos indies está começando, já produziu alguns sucessos e ainda tem pretensões grandes, já que sempre estão surgindo novos desenvolvedores fazendo bons jogos, alguns deles gratuitos e outros custando muito pouco perto das badaladas produções. E mesmo sem gráficos absurdos que requerem grandes máquinas, sem adversários com inteligência artificial avançada, há quem procure estes jogos por parecerem os antigos jogos dos primeiros vídeos games ou por incentivar esses criadores.

Um bom exemplo da boa aceitação que os jogos indies esta conseguindo é o sucesso alcançado por 3 jogos: World of Goo, Minecraft e Braid conseguem a cada dia mais usuários dispostos a conhecer esse tipo de jogo.

Há quem diga que a comunidade indie não tem fronteiras, só é necessário aproveitar ao máximo as oportunidades que aparecem. 

Para quem tem habilidade para programar, é daquelas pessoas que já jogou todos os tipos de jogos e fica pensando: “Este jogo seria melhor se fosse desse jeito”, está aberta uma possibilidade real de ganhar dinheiro no mercado do games.