Mais um verão se inicia e com ele a época de chuvas pesadas, temporais.
Como todos nós sabemos, a história se repete com pessoas morrendo, cidades devastadas, casas e prédios em ruínas, muita gente desamparada e em estado de choque.
Verificamos que as autoridades responsáveis não estão preparadas para eventos dessa magnitude.
Temos que agir, precisamos desenvolver estratégias, implementar planos de contingência, ferramentas para monitoração e alerta.
E tudo isso, num curto espaço de tempo !!
Gostaria de mostrar as práticas que utilizo para Gestão de Continuidade de Negócios em corporações para esse momento que estamos vivenciando em algumas cidades brasileiras como Nova Friburgo, Petrópolis, Teresópolis.
Na Gestão de Continuidade de Negócios, mapeamos os processos críticos e os ativos tecnológicos das corporações, fazemos análises de riscos, para entendermos o nível de criticidade das áreas, dos processos de negócio, qual a probabilidade de acontecer um evento e o impacto que esse evento poderá ter, caso se torne realidade.
Nesse caso do Rio de Janeiro, pelo histórico, sabemos que existe uma probabilidade alta e que o impacto é devastador. Hum...
Com esse estudo, temos informações para montar as estratégias que se dão através de planos de continuidade dos negócios, planos de contingência, planos de recuperação de desastres, plano de gerenciamento de crises/emergência, plano de acionamento e comunicação, enfim, desenvolvemos uma atuação proativa para minimizarmos os impactos mostrados na análise de risco.
Ficou bem claro que nesse evento, por não existir estratégia definida anteriormente, não houve pró atividade alguma.
Não vemos um Comitê de Gestão de Crise formado, sendo que esse comitê é muito importante para o controle da situação e reestabelecimento da normalidade.
Também deve-se ter um plano para recuperação de desastre, visando a reconstrução do cenário antes do evento.
Com o avanço da tecnologia, dispomos de ferramentas para monitoração e comunicação/alerta (acionamento) em caso de eventos, afim de evacuarem os locais onde poderá ocorrer o desastre.
Nesse caso, o instituto nacional de meteorologia (inmet) alertou a defesa civil estadual que alertou as defesas civis municipais, que disseram ter tomado as precauções necessárias mas, que a chuva foi muito forte.
Será que houve pró-atividade ?
Acabo de ler que as autoridades de Nova York e Boston lançaram alertas informando sobre a nevasca que se aproxima dessas regiões, e a população junto com os órgãos responsáveis locais já se preparam para esse evento.
A pró-atividade minimiza os impactos, evitando perdas consideráveis então, temos que começar a pensar nisso por aqui.
As coisas estão mudando e precisamos entender e nos preparar para esse novo cenário.
Olhando para o mundo corporativo, sabemos que na região serrana do Rio existem algumas empresas que, provavelmente foram afetadas.
Uma dessas empresas já informou em nota divulgada à imprenssa, que está trabalhando para minimizar os efeitos sobre as comunidades, seus colaboradores e os familiares de seus empregados, apoiando as prefeituras e a Defesa Civil.
OPA!! Um evento civil externo afetando corporações. Isso poderia ser na sua empresa !! Ela estaria preparada para um evento como esse ?
Por não terem planos de continuidade de negócio e não se prepararem pró-ativamente, muitas empresas acabam fechando após um desastre.
No caso da região serrana, o governo fluminense informou que gastou 10 vezes mais em conserto do que em prevenção.
Isso significa que se tivessem feito um estudo, implementado uma estratégia, fizessem campanha de conscientização, implantado um sistema de monitoração eficiente e eficaz, teriam sido evitado muitas mortes, muito sofrimento, grande perda financeira, enfim, se pretendemos ser um país de primeiro mundo, precisamos começar a pensar como o pessoal de Londres, Nova York, Japão e outros mais.
Pense nisso !!
* Giuliano Cabral Caranante é sócio da ITCForce BCM & Risk Consulting.
Minimizando um desastre
Giuliano Cabral Caranante // 31/01/2011 16:31
Mais um verão se inicia e com ele a época de chuvas pesadas, temporais.
Como todos nós sabemos, a história se repete com pessoas morrendo, cidades devastadas, casas e prédios em ruínas, muita gente desamparada e em estado de choque.
Verificamos que as autoridades responsáveis não estão preparadas para eventos dessa magnitude.