A disciplina de Gerenciamento de Projetos tem sido cada vez mais adotada nas mais diversas áreas de negócio.

Em Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) não tem sido diferente.

Ao contrário, essa área destaca-se como a grande fomentadora da evolução da disciplina de gerenciamento de projeto nas últimas duas décadas.

O conceito de projeto hoje é utilizado desde a construção dos maiores arranha-céus ao planejamento e preparação da menor das cerimônias de casamento.

Atualmente, muitas companhias têm políticas definidas para que a empresa como um todo seja gerida utilizando o conceito de projeto.

São as chamadas “empresas projetizadas”.

Em decorrência disso, a área de gerenciamento de projetos está mudando.

O que funcionava bem no passado, não necessariamente funcionará no futuro.

A razão disso: o mundo dos negócios muda continuamente.

Algum tempo atrás, gerenciar projetos representava focar em três elementos chaves: custos, tempo (cronograma) e qualidade.

Esses três aspectos são conhecidos como a tríplice restrição do gerenciamento de projetos.

Variações em um destes pontos certamente afetarão os outros dois.

Trata-se da abordagem clássica de gerenciamento de projetos.

Entretanto, recentemente a disciplina de gerenciamento de projetos tem dado maior foco nos aspectos comportamentais.

Isso significa que as ferramentas, técnicas e princípios utilizados no modelo clássico, continuam importantes. Mas, em adição, o aspecto humano passa a ter igual importância.

É valioso observar que projetos são executados por pessoas, justificando a importância recentemente destacada aos aspectos humanos e comportamentais, muitas vezes denominados soft skills.

Apesar de ter seus principais conceitos firmados na década de 1950, o gerenciamento de projetos pode ser considerado uma disciplina recente.

Sua adoção se intensificou principalmente na década de 90, mas certamente ainda está longe da maturidade.

Assim, faz-se necessário contribuir para o avanço desta área de conhecimento.

E a coleta de experiências práticas, reais e vividas no dia a dia das empresas representa uma forma interessante de contribuição.

A literatura disponível no Brasil sobre gerenciamento de projetos esteve muito tempo restrita ao material importado, disponível na língua inglesa.

Recentemente, a partir de 2006, começamos a perceber o aumento de publicações de autores nacionais.

Um exemplo é a obra “Indicadores de Gerenciamento de Projetos” (M.Books).

Ainda assim, a grande maioria das publicações nacionais tem forte referência ao conteúdo anteriormente disponível (importado), não representando, ainda, na maioria dos casos, a situação cotidiana vivenciada nas organizações brasileiras.

Pensando que, com a abertura do século 21 teremos um incrível número de mudanças e mudanças são realizadas, prioritariamente, através de projetos, todos – sem exceção – precisaremos nos adaptar e, no mínimo, estar alinhados com seus pares.

O ideal é que sejam as locomotivas e “puxem” as mudanças.

O ritmo acelerado de mudanças traz incertezas para as organizações.

A disciplina de gerenciamento de projetos pode ajudar a administrar o risco associado a essas incertezas.

Essa disciplina usa técnicas de comprovado sucesso para selecionar, planejar e executar projetos, obtendo redução de custos, prazos e maximizando a qualidade dos produtos.

Logo, parece imperativo para as organizações que desejam seguir competitivas, a necessidade de se estabelecer um processo de gerenciamento, associado a um eficaz e efetivo escritório de projetos, capaz de eficientemente gerenciar o portfólio de projetos da empresa, garantindo e maximizando o retorno dos investimentos realizados.


*Marcelo Sales é diretor de consultoria da Sonda Kaizen, unidade de negócios do grupo Sonda IT