Até o ano de 2050, quase 75% da população mundial irá residir em áreas urbanas e as tendências mostram que o crescimento da população terá um impacto impressionante nas cidades em uma escala global.

Naturalmente, as mudanças mais significativas provocadas por esta superlotação urbana ocorrem em países onde as economias estão crescendo. Em resposta, os governos terão de encontrar formas novas e eficientes de acomodar o crescimento urbano, além de melhorar o gerenciamento das necessidades dos cidadãos.

Com a aproximação da Copa do Mundo e das Olimpíadas que ocorrerão no país, é fato que as cidades-sede destes megaeventos atrairão oportunidades imensuráveis para cidades de pequeno e médio porte localizadas nos seus arredores, com a atração de turistas e geração de novos negócios, movimentando a economia local. Investimentos, em todo o Brasil, já estão sendo direcionados para projetos focados em infraestrutura e demais serviços que podem ser impactados pelos eventos, seja direta ou indiretamente.

Sendo assim, inovação é uma das frentes essenciais para otimizar serviços para turistas e moradores, mais precisamente ações para a construção de uma cidade mais inteligente.

Para lidar com esse rápido crescimento da população e sair à frente dos problemas potenciais que surgem com a superlotação, cidades de pequeno e médio porte de economias emergentes têm adotado novas soluções tecnológicas para gerenciar desde o planejamento das redes de energia até a construção de edifícios mais eficientes e integração de agências de resposta a emergências.

Ao construir a infraestrutura para dar às empresas locais a tecnologia que precisam, essas cidades menores têm sido capazes de acelerar ideias inovadoras, aproveitando o espírito empreendedor inerente a uma cidade menor.

Segundo a consultoria IDC, 54% das oportunidades de TI estão em cidades fora do eixo Rio-São Paulo, o que confirma o potencial de cidades menores frente aos grandes centros urbanos.

Cidades menores podem representar grandes oportunidades como centros de inovação em economias em crescimento pelo mundo inteiro, para ajudar a obter uma infraestrutura mais avançada e eficiente.

Por exemplo, Caxias do Sul, cidade com mais de 435.000 habitantes, criou o projeto Caxias 2030 com diretrizes estratégicas para o seu desenvolvimento. O município mostra que não importa o tamanho da região, mas sim a mentalidade inovadora.

O objetivo é que até 2030 a cidade atinja suas metas para oferecer a seus cidadãos qualidade de vida, respeitando o meio ambiente, a cidadania e a cultura. Com este espírito, é provável que antes do previsto Caxias do Sul estará a frente de muitas cidades maiores.

No Brasil também é essencial fomentar o espírito empreendedor em cidades de pequeno e médio porte. Isso pode se dar por meio de inovadores e eficientes recursos tecnológicos para startups nacionais, além de parcerias com os governos locais, para instalar tecnologias de análise de dados e construir novas infraestruturas.

A construção de cidades mais inteligentes e o fomento a empresas locais andam de mãos dadas. A força vital de qualquer comunidade é um forte espírito de crescimento e incentivo às empresas sediadas em cidades menores.

Devido a sua escala, os governos dessas cidades têm uma habilidade natural para interagir pessoalmente com as empresas locais, e vice-versa. Adotando análises avançadas para revelar tendências e ineficiências, as empresas são capazes de entender melhor os clientes e as cidades podem otimizar a antecipação das tendências públicas.

Além disso, o gerenciamento e análise de dados ajuda no desenvolvimento de soluções para os problemas locais e permite que cidades menores se preparem, da melhor forma possível, para enfrentar os desafios do desenvolvimento e urbanização, bem como fomentar o crescimento contínuo de um espírito empreendedor já forte.

* Frank Koja é diretor da Regional Sul da IBM Brasil