Peter Ferdinand Drucker, nascido em 1909 na Áustria, mudou-se para Londres em 1933 e finalmente para os Estados Unidos em 1937, país que adotou, nacionalizando-se americano, vindo a falecer em 2005. O ano de 1933 foi o ano em que a Alemanha adotou oficialmente o Partido “Nazista” (em alemão: Nationalsozialismus) e em 1937 houve o recrudescimento do quadro político Europeu, já com ocorrências que redundariam na segunda guerra.

Reconhecido como um homem adiante de seu tempo, pai da administração moderna, doutorado em direito mas filósofo e economista por vocação, reconhecido a nível mundial como um dos maiores teórico da moderna gestão de empresas, da teoria da globalização e das organizações em larga escala, da gestão por objetivos, e como ele mesmo afirmava, um estudioso da ciência que trata das pessoas nas organizações.

Visionário, previu movimentos de governos e organizacionais, rumo a privatização, produção em escala, marketing das organizações, a sociedade de informação, influenciando pensadores, políticos e executivos de grandes corporações na segunda metade do século vinte.

O que Drucker tem a ver com “Agilidade” ?

Talvez Drucker talvez tenha sido um precursor nas pedras fundamentais de equipes auto-organizadas, quando de seu projeto de estudo e diagnóstico da GM na década de 40, contratado por Alfred P. Sloa. Naquele estudo de 18 meses, que originou seu famoso livro “Concept of the Corporation” (1946), também surgiram ideias inovadoras  sobre autogestão, contrapondo uma linha de montagem apenas com orientação clássica, formal e hierárquica.

Inovador em seu pensamento, ele valorizou aspectos humanos como forma de alavancar melhores resultados econômicos, propondo a autogestão das equipes para eliminar gargalos, buscando formas de mudar e dar mais velocidade a esteira. De fato, uma esteira com dezenas de equipes e centenas de indivíduos tinha sua velocidade determinada pelo indivíduo ou equipe mais lenta.

(*) Contemporâneos, John Maynard Keynes, nascido na Inglaterra em 1883, foi um dos mais importantes economistas do século XX, pai da macroeconomia. Suas ideias revolucionárias incentivaram a adoção de políticas intervencionistas do Estado a fim de criar estímulos ao desenvolvimento econômico.

O preço de uma oportunidade desperdiçada

Acho que o ineditismo desta provocação não foi devidamente entendido pela indústria americana, pois a GM não procurou entender e mudar seu modelo de produção e apesar de Henry Ford ter no pós-guerra buscado inspiração no livro “Concept of the Corporation”, o modelo gerencial de suas linhas de produção continuou baseado no modelo-mental vigente, em comando-controle.

Humanista, via os funcionários de uma empresa como um recurso a ser desenvolvido ao invés de um custo a ser apenas explorado, dez anos antes do modelo Toyota de produção revolucionar a indústria automobilística com foco em valor, equipes auto-organizadas, eliminação de desperdício, a descentralização nas empresas e algo mais.

O pragmatismo Japonês e o desapego da filosofia oriental aos preceitos da revolução industrial, da produção em massa e da administração clássica proposta por Taylor e Fayol, baseada em tempos e movimentos, permitiu que eles desafiassem e superassem os americanos com uma indústria mais enxuta, mais produtiva, de menores custos e mais competitiva.

Moral da história – Demora em entender ‘agilidade’ cobrou um alto custo da GM e Ford, perdendo capacidade competitiva e encaminhando para que 40 anos mais tarde perdessem a liderança do mercado automobilístico global.


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