Aventuras em terras fantásticas, viagens pelo espaço, corridas cheias de adrenalina, a sensação de estar num campo de batalha: vários games proporcionam esse tipo de diversão, que só é possível graças aos motores gráficos. Um dos mais usados, o Unity, possui uma grande abrangência tanto para produtores quanto usuários de games. Saiba um pouco mais sobre esse software e como ele pode ser bem aproveitado caso você esteja pensando em construir o seu próprio game.

            Todo game, seja ele um simples jogo em 2D ou o mais avançado 3D com gráficos impressionantes, funciona através de um motor gráfico (ou game engine, no termo em inglês). O engine possui uma biblioteca de comandos e programações, além de uma interface mais intuitiva, não baseada somente em códigos de programação, o que facilita a produção dos games.

Por isso, quanto maior for a qualidade desse motor, sua aplicabilidade em variadas linguagens de programação e plataformas de execução do jogo, melhor. Atualmente há uma série de motores potentes, como o UnrealEngine, da Epic Games, o Source 2, da Valve, e o Unity, da empresa homônima.

 

Lógica própria é diferencial do Unity

Esse último é um dos mais utilizados devido a três aspectos: o Unity aceita três linguagens de programação (Boo, JavaScript e o C#); produz games para desktops, celulares, tablets, consoles e navegadores; e conta com um ótimo fórum de suporte. Ele também é utilizado no desenvolvimento de interfaces gráficas para Ubuntu, sendo atualmente a interface mais utilizada. A versão 5 do Unity, lançada recentemente, traz melhorias com relação aos efeitos de iluminação e sombra, movimentação, física e até equalização de som.

O Unity possui uma série de diferenciais sobre o UnrealEngine, por exemplo. A principal delas é que o Unity tem linguagem e interface mais amigáveis e fáceis de se utilizar, o que acaba atraindo mais programadores e desenvolvedores de games. Além disso, a plataforma disponibiliza uma série de elementos já prontos, como texturas, sons, personagens etc, numa biblioteca elaborada por outros usuários. Assim, os desenvolvedores podem manter seu foco e atenção naquilo que mais se destacam, como o desenvolvimento do enredo do game, do comportamento dos PCs e NPCs e na elaboração da jogabilidade e das mecânicas presentes no jogo.

Além disso, o Unity trabalha todos os seus games com o sistema de cenas, que, por sua vez, são compostas por game objects. Esses são, basicamente, todos os componentes de uma cena: câmeras, modelos, luzes, sistemas de partículas, materiais e texturas. Todos eles possuem formas de serem alterados, movimentados e personalizados através dos scripts da engine.

O desenvolvimento das cenas funciona da seguinte maneira: câmeras e luzes são elementos chave na qualidade gráfica do jogo, determinando o ângulo de visão do jogador e os efeitos de partículas, sombras e iluminação do game. Já os outros componentes das cenas estão incorporados dentro dos modelos, que são os elementos gráficos, onde estão os materiais, como texturas e shaders. A textura diz o que é desenhado na superfície do material criado, dando a sensação de que o que o gamer vê se trata de madeira, ferro, água etc; e os shaders dizem como esse material será desenhado e qual será sua forma.

 

Esses são os elementos básicos das cenas (que podem também conter relevos, usados especialmente em jogos RPG de mundo aberto para alterar a forma do solo), todos com a possibilidade de serem alterados, modificados, personalizados e também serem baixados da “biblioteca” da grande comunidade usuária do Unity.

 

Acessível e universal

 Portanto, caso você queira construir seu próprio jogo com a possibilidade de expandi-lo para múltiplas plataformas e trabalhando com a linguagem de programação que mais lhe agrada, o Unity é uma ótima escolha. Outra vantagem é que com uma máquina que possua bom processamento gráfico e desempenho satisfatório, já é possível utilizar o motor tranquilamente. Assim, não se faz necessário um supercomputador, como em outros motores. Além disso, recentemente o Unity se tornou compatível com o Windows 8, aumentando ainda mais sua abrangência.

Ou seja, um PC com placa gráfica com recursos do DX9 (genericamente, qualquer uma fabricada após 2004), quatro gigas de RAM e processador da linha Intel Core i, por exemplo, deve tanto produzir games usando a engine quanto rodar jogos feitos com ela sem nenhum problema. O Dell Inspiron, por exemplo, pode perfeitamente suprir as suas necessidades.

E se você é um fã da Apple, isso não significa que ficará excluído de criar games com o Unity e também de jogá-los. O motor possui compatibilidade com Mac OS X 10.8 e superiores e com os dispositivos mobile da maçã, como iPhone e iPad. O Mac mini é um computador acessível que tem desempenho compatível com as necessidades do Unity.

 

A produção de games vem crescendo exponencialmente nos últimos anos, não somente em computadores e consoles mas também em dispositivos mobile. Assim, para acompanhar o desenvolvimento do mercado, empresas produtoras de jogos precisam buscar formas de sempre manter as suas ferramentas atualizadas, eficientes e acessíveis.