Nunca é fácil enfrentar as adversidades.

Ter de lidar com dificuldades, com reveses, com obstáculos em quaisquer que sejam as circunstâncias é, e sempre será, um imenso desafio, pois faz parte da existência ser assim: nem sempre tudo é perfeito, nem sempre tudo dá certo, tanto quanto tudo pode também ser perfeito e/ou dar certo.

É uma dualidade que está presente no mundo que vivemos, por isso que a forma com que se escolhe encarar o que é preciso para lidar, enfrentar e avançar é o que mais importa.

A medida que se amadurece, compreende-se que as dificuldades nem sempre são tão difíceis como parecem, que os reveses podem ser um gatilho para construir outros reveses tornando-os muito mais favoráveis e, os obstáculos muitas vezes são gerados como um reflexo de si mesmo e do receio que há em enfrentar-se.

E talvez aí é que nasça o aprendizado para crescer com a adversidade: no enfrentamento de si mesmo.

É muito mais fácil se deixar abater e vencer do que realmente se dispor a transpor obstáculos, mesmo que se caia e, ainda assim, seguir em frente.

Quando as pessoas se consideram vencidas, tendem não disponibilizar a “cara” a bater e usam meios para expor outros que estejam mais fragilizados, passando a se sentirem um pouco maiores porque consideram que bater impiedosamente nos outros e evidenciar os erros dos outros é a melhor forma de serem mais.

A soberba é antes de tudo um vício que coloca as pessoas que a praticam cada vez mais longe da sua humanidade.

Criticar por criticar é soberba.

Apontar os erros por apontar é soberba.

Desvalorizar tudo nos outros porque nem sempre os resultados são os que se esperava é soberba.

Difícil mesmo é levantar a cabeça e enfrentar, mesmo na pior das situações, mesmo com os resultados mais difíceis, entendendo e fazendo do caminho um instrumento para o amadurecimento. 

Esconder-se na multidão jogando pedras e mais pedras é infinitamente mais fácil e confortável do que se dispor a receber as pedradas.

Os momentos na vida que separam os que fazem a diferença dos que não, são os momentos em que se age com dignidade.

A dignidade não está apenas no ato de enfrentar os outros, mas está no ato de enfrentar a si mesmo.

Esta semana tivemos exemplos escancarados para o mundo todo de como é difícil dar a cara para bater e mesmo assim fazer isso. Isto é admirável.

Nunca é fácil ir para o seu próprio apedrejamento.

É preciso ter muita dignidade para fazer isso.

Por mais que haja decepção, tristeza ou insatisfação, todo mundo sabe que a atitude de atirar pedras para se sentir melhor não é a forma mais digna de gerar mudança, é apenas a melhor forma de se sentir mais que os outros.

Ninguém é mais ou menos que qualquer um. Porque todos são pessoas.

Crescer na adversidade não significa apenas enxergar os próprios erros ou as dificuldades ou enfrentar-se.

Significa, antes de tudo, olhar para os outros como pessoas.

Se o resultado não é o que se espera, ou as coisas não acontecem da maneira que se espera, sempre haverá outras oportunidades para fazer dar certo.

Tenha sempre a certeza que os que gostam de apontar os problemas para lançar pedras são os que mudam sempre o alvo a medida que o vento muda de direção.

Portanto, seja como for, não se una ao coro dos apedrejadores.

Reflita e proponha sugestões concretas que visem soluções.

É assim que se cresce e o mundo que lhe cerca cresce também.

 

Dedico esta coluna a Felipão e a Seleção Brasileira, pessoas como todos nós.

Os 7x1 já passaram e como dizem por aí: bola pra frente!