A Vale fez um acordo secreto com a Tesla para o fornecimento de níquel.

Pelo menos, é o que garante a Bloomberg, que revelou o negócio entre as duas empresas.

O assunto é chave para a Tesla. A Rússia é uma das maiores produtoras mundiais do metal, um ingrediente essencial das baterias dos carros elétricos.

O país possui 17% da capacidade global de níquel refinado classe 1, tipo necessário para veículos elétricos. 

Depois da invasão da Ucrânia, o preço do metal subiu 30% na bolsa de metais de Londres, levando as ações da Vale a subirem 23% neste ano, 11% sendo desde o início da guerra.

Segundo o portal Exame, a Tesla já vem firmando acordos de vários anos com diversos fornecedores do metal desde 2021, como a Vale, envolvendo níquel do Canadá.

O CEO da empresa de automóveis, Elon Musk, há anos vem planejando garantir o próprio abastecimento de níquel e manter o controle sobre a cadeia de suprimentos.

A Tesla opera uma fábrica de células de baterias no estado de Nevada, nos Estados Unidos, junto com a japonesa Panasonic.

“O que a Tesla fez com o níquel é uma vantagem competitiva oculta”, comenta Gene Munster, sócio-gestor da Loup Ventures, para a Exame. “A Tesla continua alguns passos à frente do resto da indústria de automóveis elétricos.”

A empresa também já tinha feito um acordo com a BHP Group,  maior mineradora do mundo, para adquirir material vindo da Austrália. 

Musk cita que o fornecimento de níquel é a maior preocupação na expansão da produção da companhia e que a disponibilidade do metal é causa de ansiedade em todo o setor.

Em uma teleconferência há dois anos, Musk pediu a mineradoras que extraíssem mais níquel das minas. “A Tesla vai dar um contrato gigante por um longo período a quem extrair níquel de forma eficiente e ambientalmente prudente”, disse.

A demanda do metal para fabricação deve chegar a 1,5 milhão de toneladas em 2030, de acordo com a BloombergNEF, ultrapassando as 400.745 toneladas deste ano.

O acordo com a Tesla foi bom para a Vale, que tem planos para aumentar as vendas para o mercado de veículos elétricos de 5% para 30% a 40%.