Renan: "Te peguei". Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil
O presidente do Senado Federal, Renan Calheiros (PMDB-AL) deteve o aumento da contribuição previdenciária sobre a receita bruta que subiria a alíquota do imposto de 2% para 4,5% no caso do setor de TI.
Calheiros fez isso devolvendo ao governo federal a medida provisória 669/2015, publicada na semana passada pelo executivo como parte das alterações para aumentar a arrecadação.
Com isso, a medida provisória deixa de ter validade. O executivo reagiu enviando ao Congresso um projeto de lei com urgência constitucional nos mesmos termos da medida provisória e disse em nota que “não haverá prejuízo para as medidas de ajuste fiscal propostas”. O ajuste deveria entrar em vigor em 90 dias.
O presidente do Senado disse que travou o aumento da folha porque ele era inconstitucional, mas ninguém acreditou nessa explicação.
O real motivo por trás da decisão parece ser o fato de que no mesmo dia vazou a informação de que o nome de Renan e do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) estão na lista dos 54 políticos envolvidos na operação Lava Jato.
A lista foi entregue ao Supremo Tribunal Federal (STF) pelo procurador-geral da República Rodrigo Janot e ainda está sob segredo de justiça.
O vazamento, por sua vez, seria uma manobra do executivo para enfraquecer a posição do PMDB, que tem tratado de impor a sua própria agenda no legislativo.