Rua da Praia em Porto Alegre, antes do coronavírus e da Internet.
Nesta semana, o prefeito Nelson Marchezan Junior (PSDB) publicou um novo decreto contendo novas restrições para o combate à pandemia em Porto Alegre.
Dentre as medidas, está a proibição de que as concessionárias de veículos da cidade façam vendas online.
A medida me fez lembrar de uma situação, há alguns anos, quando a Uber tentava se estabelecer legalmente em Porto Alegre e um gestor local da empresa tentou fazer média com a prefeitura, dizendo que a capital é uma cidade "aberta à inovação". Eu dei risada na época.
Se tem uma cidade que eu conheço bem é Porto Alegre. Já são mais de 30 anos de convivência. E com a vantagem do olhar de quem não é da capital.
Posso afirmar sem medo de errar, que Porto Alegre tem muitas qualidades, mas certamente a abertura à inovação não é uma delas. É uma cidade conservadora e, em certos aspectos, retrógrada, lamento informar aos desavisados.
Acho que foi lá por abril que eu vi na TV o caso de uma concessionária de veículos da cidade que aplicou a transformação digital nos seus processos, desde a pré-venda, passando pelo test drive, a assinatura de contrato e, finalmente, a entrega do carro ao cliente.
Tudo para que a experiência gerasse contato mínimo entre funcionários e clientes. Achei sensacional pela simplicidade e efetividade do modelo, uma vez que eles já estavam aplicando na prática e os clientes estavam aderindo.
Estamos na segunda semana de julho, em meio a uma pandemia que se anunciou para valer em março. Eu esperava ver modelos assim se multiplicando pela cidade.