Timóteo Tangarife. Foto: Divulgação
O mundo vem evoluindo numa velocidade exponencial e com ela veio a transformação digital e a economia digital acelerando e transformando os negócios. O ecossistema de Centro de Serviços Compartilhados, também foi impactado, mas a sua estrutura nos demonstrou na prática um modelo de gestão ágil, maduro e bastante versátil.
Para que o CSC chegasse até aqui com esta notória robustez, a própria jornada de trabalho, que foi se moldando ao longo das últimas décadas, de acordo com as necessidades de maior interação entre os setores de uma empresa, como também a inserção de novas tecnologias para a facilitação e integração dos seus processos, contribuiu fortemente para o desenvolvimento do CSC. Vejamos, então, como isso aconteceu na linha do tempo.
Concebido nos Estados Unidos, na década de 1970, o CSC nasceu com a forte vocação para otimizar tempo, reduzir custos e desperdícios, aumentar a produtividade e a melhoria dos processos internos e externos de corporações dos mais diversos segmentos.
No Brasil, este modelo de gestão ficou mais evidenciado no início dos anos 80, quando muitas empresas sentiram a necessidade de amortizar custos e melhorar a qualidade dos serviços administrativos. Com expressivos resultados conquistados com a adoção deste modelo de gestão, estas mesmas empresas perceberam que outros lucros seriam alcançados caso este modelo fosse ampliado. A partir desse ponto, o modelo de Centro de Serviços Compartilhados, que ainda estava em seus primeiros passos no país, foi desafiado e posto à prova.
Naquela época, final dos anos 80 e início dos anos 90, com o objetivo de tentar conter a inflação, o governo lançou quatro planos econômicos que impactaram diretamente nas correções monetárias e provocaram inúmeros ajustes financeiros dentro das corporações. Diante desse quadro, o CSC foi estimulado a ampliar o seu escopo de trabalho, unir áreas funcionais e capacitar profissionais para atuarem como agentes estratégicos dentro dos Centros de Serviços Compartilhados. É neste momento que surgem os primeiros CSC’s Multifuncionais.
Tal mobilidade acaba fortalecendo a cultura de compartilhamento de estruturas e gestão do conhecimento tornando-os mais potentes e, com isso, melhorando significativamente o compliance para seus negócios. Para ter uma ideia deste processo, segundo uma pesquisa realizada pela Deloitte, no início dos anos 2000, cerca de 74% dos CSC’s eram Monofunção, ou seja, cada área funcional do negócio tinha seu próprio CSC. No início da década de 2010, cerca de 76% dos CSC’s haviam migrado para estruturas multifuncionais.
O amadurecimento que se observa até este ponto, levou o CSC a escalar novos patamares na busca de expandir e adicionar mais valor aos negócios. Esta movimentação levou à criação de processos globais, padronização de entrega dos serviços, organização dos canais de acesso para todas as demandas, como também melhora da utilização dos dados e das informações compartilhadas. Com o acréscimo desses novos diferenciais, o CSC ganhou a sustentabilidade imprescindível ao modelo de gestão de serviços compartilhados.
Quem pensa que as possibilidades inseridas numa estrutura de CSC são limitadas, engana-se. E a evolução também de uma padronização da plataforma tecnológica (como exemplo a unificação ou instância única de um ERP) passou a permitir uma gestão centralizada de unidades espalhadas em diversas regiões ou países, através da utilização de soluções, como dashboards e outras ferramentas com informações padronizadas e em tempo real, dos processos mais relevantes.
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