Cristina Palmaka
O S/4 Hana, última versão do sistema de gestão da SAP, já tem 100 clientes no Brasil no seu primeiro ano de vendas, um terço do volume total da América Latina. Em nível mundial, os clientes já chegam a 2,7 mil.
É um volume respeitável, se termos em mente que a base de clientes da SAP no país totaliza 3,7 mil clientes. Destas, ao redor de 70% são pequenas e médias, deixando o grupo das maiores com em torno de 1,1 mil organizações.
Os executivos da SAP no Brasil insistem que há clientes de todo tamanho migrando para o S/4, mas é evidente que uma mudança desse tipo exige clientes early adopters e com capacidade de investimento em tecnologia.
A lista de cases que vieram a público até o momento corrobora essa hipótese: Votorantim, Dasa, IRB e Grupo Bom Jesus, todas elas com faturamentos bilionários, foram algumas das empresas que adotaram o S/4 Hana.
Esse é um mercado no qual a SAP manda no país. De acordo com uma pesquisa sobre o mercado de TI feita pela Fundação Getúlio Vargas, a SAP tem 51% de share em sistemas de gestão em empresas com mais de 700 usuários.
Também é verdade que empresas de médio porte, como a gaúcha Hoff e a paulista Dabi Atlante, com faturamento na casa das centenas de milhões de reais, também já apostaram na nova tecnologia.
“Nós temos muitos clientes que usam tecnologia SAP há 20 anos, que talvez demorem mais para apostar nessa mudança. Mas também é preciso ressaltar que a migração para o S/4 pode ser feita de maneira modular”, afirma Cristina Palmaka, presidente da SAP Brasil.
A SAP tem um trabalho de convencimento a fazer sobre o S/4 que ainda está começando.
Em outubro do ano passado, o DSAG, poderoso grupo de usuários da SAP na Alemanha, Áustria e Suíça fez uma pequisa com 357 dos seus integrantes, dos quais apenas 6% já haviam dado início a algum tipo de projeto envolvendo a nova suíte
Um grupo importante de executivos já se posicionou contra uma eventual migração: 37% disseram que não sentem que o S/4Hana fornece valor agregado que justificaria uma migração.