Gino Damiani, gerente de EMS da Parks. Foto: Divulgação.
Por Gino Damiani*
Apesar de ainda incipiente em algumas verticais e engatinhando na maioria dos setores no país, a Internet das Coisas deverá apresentar um “boom” e movimentar mais de US$ 200 bilhões em negócios só no Brasil nos próximos oito anos.
A previsão é da Anatel, que projeta para mesmo período uma geração de receitas em torno de US$ 11 trilhões em IoT no mundo todo.
Quais serão os responsáveis por este crescimento? E, principalmente, quais são os responsáveis pelo atual cenário de Internet das Coisas no país?
Vamos tratar de cada. Começando pela atualidade: um estudo da Associação Brasileira da Internet das Coisas (ABINC) projeta que a IoT estará na rotina dos brasileiros em aproximadamente 10 anos, mas que alguns setores, como as utilities e o agronegócio, deverão puxar a expansão do segmento, tendo-o como prática corriqueira em muito menos tempo.
Isto porque, no agronegócio, por exemplo, a IoT traz uma série de benefícios que salta aos olhos: conexão entre campo e gestão das empresas do ramo, aumentando a produtividade e o controle de atividades e riscos, integração de sensores que transmitam informações sobre solo, clima, cenários propícios ou impróprios, mitigando as chances de erro na definição de plantios e conduções de negócios da área, geolocalização e gestão integrada de máquinas, animais e equipes, redução de custos de deslocamento, monitoramento e ativação de ações, entre tantos outras possibilidades.
De fato, 37% dos gestores de agronegócio ouvidos em uma pesquisa da Logicalis afirmam que já têm IoT entre suas prioridades de negócio, enquanto para 71% deles a conexão de máquinas e outros insumos de campo é peça de alta importância nos planejamentos de três a cinco anos.
Assim, o que pode ser um entrave para o crescimento da IoT no Brasil?
Um dos pontos é a infraestrutura de 3G e 4G, por vezes ainda falha, especialmente em localidades afastadas dos grandes centros. Problema para o qual um antídoto eficaz é o serviço de ISPs – provedores de Internet. Para além do espectro das grandes operadoras de Telecom, estes fornecedores entregam serviço dedicado, atendendo, em muitos casos, a áreas menores ou mais isoladas, onde as Telcos não chegam.
É importante que os fabricantes de outras áreas ligadas a IoT, como as de semicondutores, circuitos integrados, placas eletrônicas e outros componentes, bem como de software do segmento, estejam atentos aos ISPs: um trabalho próximo e amistoso neste setor pode fazer grande diferença.