Fernando Pajares, executivo da área de TI. Foto: divulgação.
Cada escolha uma renúncia, diz o ditado popular. Dilema difícil em nossas escolhas pessoais e profissionais com consequências incertas no âmbito empresarial. Ainda mais difícil quando a inovação e a transformação digital estão batendo nas nossas portas, às vezes, de forma organizada, outras vezes, confusas e apressadas.
Para as empresas líderes é importante estar sempre em primeiro lugar e para isso, precisam ser líderes em inovação, seja dentro do seu nicho ou do seu ramo, seja no mercado nacional ou global.
Ser líder em inovação significa desbravar caminhos incertos apostando em novas ideias e assumindo diversos riscos, pois o mapa para estes desbravamentos passa por adquirir tecnologias, algumas vezes integrar ou viabilizar novos usos de tecnologias existentes e outras vezes, a criar novas.
E neste cenário, Clayton Christensen (O Dilema da Inovação – Harvard Business Review, 1995) já nós alertava que todas as empresas, cedo ou tarde, caem na armadilha de rebaixar a inovação a segundo plano ao se dedicarem demasiadamente à melhoria contínua dos seus produtos/serviços líderes (de forma a aumentar a lucratividade) e não ficarem atentas às mudanças disruptivas no mercado que tornam seus produtos/serviços obsoletos.
O mundo empresarial possui vários exemplos, tais como: Kodak vs. Sony (câmera digital), BackBerry vs. Apple/iphone(celulares), dentre outros.
Nos últimos tempos, apareceu fortemente o termo “Transformação Digital”, sendo muito utilizado para descrever o uso intensivo de tecnologias digitais (p.ex.: Internet, ChatBot, Cloud) e criando novos modelos de negócios ou mudando os atuais, disponibilizando experiências únicas de relacionamento e de consumo com seus clientes, com inovação, ou não, no produto, serviço e/ou processo.
Os responsáveis pelas implementações, nestes momentos, se deparam com a difícil tarefa de garantir a coexistência num mesmo ambiente da tecnologia atual - que mantém as atividades da empresa – com as inovações, muitas vezes disruptivas, mantendo a sinergia e harmonia entre elas.
Para que se tenha um entendimento melhor da dificuldade de disponibilizar isto de maneira transparente ao cliente, é importante saber que as tecnologias digitais não somente envolvem o uso intensivo do ferramental no Front End do cliente (p.ex.: smartphone), mas também no Middle (p.ex.: microserviços e web services) e Back Office (composto pelos sistemas legados) das empresas.
Estes três componentes sozinhos possuem uma elevada complexidade e os equívocos de integração entre eles e as inovações são por muitas vezes, os responsáveis pelos resultados abaixo do esperado.