Ricardo Kahn, gerente de inovação da AES Ergos.
A AES Ergos, empresa de soluções de energia da AES, quer se transformar em uma camada de aplicações para startups e companhias de tecnologia interessadas em oferecer serviços para a base de clientes da empresa.
A base para esse movimento é o Eugênio, uma plataforma para soluções de Internet das Coisas criada pela Promon Logicalis, por meio da qual aplicações terceiras podem se conectar via APIs.
Uma das primeiras aplicações, demonstrada durante a Futurecom em São Paulo, foi criada em parceria com a Green Ant, uma startup carioca especializada em desagregação de cargas elétricas.
Dito assim parece algo complicado (e de fato é um campo avançado de pesquisa em Engenharia Elétrica), mas a aplicação é simples de entender.
O algoritmo criado pela Green Ant reconhece padrões de consumo de cada eletrodoméstico numa casa, indicando individualmente o consumo de cada um deles. A empresa promete reduções na faixa de 10% no consumo final, por preços a partir de R$ 200 por mês.
A AES Ergos já está testando essa aplicação em alguns clientes. Os casos de uso são óbvios: um hotel poderia saber se algum minibar consome mais do que deveria, ou uma rede de bares poderia acompanhar de perto as suas geladeiras.
Os dados coletados pela Green Ant ficam na nuvem, assim é possível comparar o desempenho de uma geladeira versus a média do produto, por exemplo.
“Esse é um novo mercado para a AES, no qual não estamos limitados geograficamente. É 100% independente e pode ser uma grande fonte de receita no futuro”, acredita Ricardo Kahn, gerente de inovação da AES Ergos.
No lançamento do AES Ergos, em abril desse ano, a empresa falou de uma meta de receita acumulada de R$ 1,2 bilhão até 2020.
É verdade que a empresa não nasce do zero, sendo uma continuidade da AES Serviços, criada em 2011, e atuando também em manutenção de plantas de geração distribuída e redes elétricas, inclusive de outras companhias.