Marcus Granadeiro, presidente do Construtivo. Foto: Divulgação.
por Marcus Granadeiro*
As incorporadoras, as empresas de infraestrutura e as consultorias de engenharia de modo em geral têm investido em BIM (Building Information Model). Compram software, buscam formação em palestras e treinamentos, investem no desenvolvimento de projetos piloto e enchem salas com diversos workshops, seminários e feiras sobre o tema. Não há uma pesquisa formal que relacione os esforços com os resultados, mas a percepção é que o resultado dos projetos é baixo.
As poucas e bem sucedidas iniciativas de BIM são um pequeno número perto do volume de vontade e esforço. Por que os projetos falham? Quais os principais obstáculos? Como vencê-los?
Um primeiro ponto é a dificuldade de entender os benefícios do processo e modelo BIM e, assim, não conseguir cobrar ou pagar a mais por ele. O projeto em BIM deve custar mais caro que o tradicional, pois tem mais valor agregado, contém mais informação, maior escopo, resolve mais problemas e é mais complexo de ser desenvolvido.
Quanto de economia e risco uma simulação 4D pode trazer na fase de projeto ou mesmo na fase de obra para uma tomada de decisão?
Quanto tempo perdido se evitaria com discussões após uma correta análise de interferências ou pleno entendimento do projeto por todos os stakeholders após uma sessão de realidade virtual?
Quão mais fácil seria vender um projeto ou uma alternativa construtiva se baseando em um modelo e apresentando simulações?
As respostas para estas perguntas não são simples, mas o custo benefício é nítido, principalmente quando analisado pelo ponto de vista de quem pensa de forma estratégica.
Outra questão que dificulta muito está relacionada ao tempo. Com o BIM há um retardo no início dos entregáveis e há necessidade de antecipar a contratação de parte dos profissionais, piorando o fluxo de caixa do projeto. Já o processo tradicional de projeto permite gerar os primeiros entregáveis em um tempo bem menor, assim dá a impressão que é mais eficaz e eficiente.