Hungria: pinta de primeiro mundo, corrupção de terceiro. Foto: Pixabay.
O Departamento de Justiça e a Comissão de Valores Imobiliários dos Estados Unidos estão investigando a Microsoft por acusações de propina e corrupção em vendas de software na Hungria.
De acordo com a revista Fortune, a Microsoft venderia seu software para companhias intermediárias abaixo do preço. Já os canais revenderiam as soluções para o governo pelo preço normal, usando parte da diferença para pagar propinas.
Segundo o The Wall Street Journal, o esquema envolveria Istvan Papp, o country manager da Microsoft na Hungria.
Para a Fortune, a Microsoft disse que está ciente desde 2014 de “potenciais transgressões” na operação húngara. Elas resultaram inclusive em uma investigação interna na qual quatro funcionários foram demitidos e as relações foram encerradas com quatro parceiros.
A empresa teria ainda mudado sua política de desconto, abrindo mais informações sobre eles para os clientes no governo, o que em tese obrigaria o parceiro a repassar os mesmos.
A Hungria fica na Europa, mas os níveis de corrupção no país estão mais para América Latina.
De acordo com o Corruption Perceptions Index da ONG Transparência Internacional, o país tem 48 pontos no ranking, no qual o Brasil tem 40.
A nota do país era 50 em 2012, mas vem caindo ano a ano, pelo que a ONG avalia serem efeitos do governo crescentemente autoritário do presidente Viktor Orban.
A Microsoft, por outro lado, também não é santa: em 2013, reportagens na imprensa apontaram que autoridades americanas estavam investigando problemas similares na China, Itália, Romênia, Paquistão e Rússia.
NO SETOR DE TECNOLOGIA
Corrupção afeta o setor de tecnologia como um todo.