Costa: não seremos reféns do software livre. Foto: Baguete.
A decisão da Caixa Econômica Federal (CEF) de investir R$ 112 milhões na compra de softwares da Microsoft é um dos temas de convesas - contra a decisão, é claro - no Fisl13.
O banco estatal é um dos maiores baluartes da comunidade no Brasil. A exemplo do que acontece tradicionalmente, a CEF patrocinou neste ano o Fórum e não se furtou de comentar o assunto, alegando que estratégia é dar exclusividade nem ao software proprietário, nem ao livre.
“Não dá para ficar refém do software livre”, afirmou Paulo Maia da Costa, gerente executivo da CEF durante o fórum, que começou em Porto Alegre nesta quarta-feira, 25.
Para embasar a tese de que a investida do banco em sistemas Microsoft não significa um adeus ao open source,
Costa apostou em números: os mais de 35 mil sistemas Debian usados nas lotéricas da CEF, que registram 4,5 bilhões de transações ao ano em 100 mil estabelecimentos, por exemplo.
“Além disso, os terminais de autoatendimento também rodam Linux, respondendo por mais de 100 milhões de transações/mês”, garantiu ele.
O executivo também ressaltou que a CEF já investiu R$ 20 milhões em suporte e desenvolvimento de software livre, através da contratação de empresas da área ou de profissionais.
“O software livre está incorporado à nossa arquitetura, na infraestrutura, na telefonia IP, no BI, no BPM, na gestão de impressões. E estamos no Fisl desde a terceira edição”, defendeu-se o gerente.
PREGÃO DA DISCÓRDIA
Argumentos que não livraram o banco das críticas ao investimento milionário em soluções da Microsoft.
Na coletiva de abertura do Fisl 13, o embaixador da Associação Software Livre, Sady Jacques, apontou que, pelos investimentos em softwre proprietário, a CEF vai em uma “lógica inversa à política do governo federal”, que vem há oito anos migrando o máximo possível para software livre.