Luis Arís, gerente de desenvolvimento de negócios da Paessler América Latina. Foto: divulgação.
A convergência entre plantas industriais e a área de TI está mudando a face do mundo. Essa nova realidade é uma das colunas da Indústria 4.0 e é fruto da digitalização da economia, que constantemente amplia o que é considerado infraestrutura de TI.
Isso tem duas consequências: a primeira é que a digitalização força a modernização de setores da infraestrutura que sempre viveram de forma isolada. A segunda é que a digitalização exige que essas partes mais fechadas sejam capazes de conectar-se com novos ambientes.
Isso resulta em uma convergência de múltiplas tecnologias díspares, algo que traz desafios de gerenciamento e segurança nunca vistos antes.
Podemos chamar essa nova realidade de TI Industrial, um ambiente onde três tipos de tecnologia convergem: tecnologia operacional (operational technology, OT), tecnologia da informação (TI) e a Internet Industrial das Coisas (IIoT).
Tecnologia Operacional (OT)
Eis como a Wikipedia define OT:
“Tecnologia operacional (OT) é formada por hardware e software que detecta ou causa uma mudança, mediante monitoramento direto e/ou controle de equipamentos, sobre ativos, processos e eventos industriais”.
A OT inclui sistemas de controle industrial (ICS) tais como sistemas de supervisão e aquisição de dados (SCADA), controladores lógicos programáveis (PLC), unidades terminais remotas (RTU), PCs industriais (IPC) e sistemas de controle distribuído (DCS), para citar alguns.
Por décadas, esses sistemas operaram de forma fechada e isolada, não necessitando comunicar-se muito com o “mundo externo”. O resultado disso é que o chão de fábrica conta, historicamente, com sistemas e plataformas que usam seus próprios padrões e protocolos.
Tecnologia da Informação (TI)
Essa é a infraestrutura “tradicional” que poderia ser encontrado em qualquer ambiente de TI.
Internet Industrial das Coisas (IIoT)
Desde o início da transformação digital nas indústrias, um número cada vez maior de dispositivos conectados e inteligentes estão sendo usados em ambientes industriais. A digitalização é responsável pelo retrofit de soluções existentes. A meta é fazer com que as máquinas existentes se tornem mais inteligentes graças à adoção, nessas plantas, de dispositivos IIoT.
O desafio da agregação de dados no ambiente industrial
Anteriormente, TI e OT existiam de forma isolada dentro da empresa. No chão de fábrica, os engenheiros gerenciavam os aspectos de OT e, no Datacenter, os administradores de sistemas gerenciavam os aspectos de TI. Com a digitalização, tudo mudou.
Os dados – fundamentais para a eficácia no gerenciamento de processos produtivos – precisam ser coletados, analisados e utilizados em todos os níveis, desde a área de produção até as próprias instalações. Isso significa que os dispositivos que, anteriormente, eram isolados – por exemplo, os controladores lógicos programáveis – agora precisam conectar-se a sistemas de coleta de dados.
Em razão disso, os novos PCs industriais, RTUs ou PLCs usam protocolos para conectar-se à nuvem ou a outros sistemas de coleta de dados.
Tudo isso fez com que os dispositivos implementados no perímetro industrial se tornem pontos de agregação de dados, conectados a diversos sistemas e, assim, parte fundamental de uma solução para monitorar a infraestrutura.
O Gartner descreve esses dispositivos como “gateways de IoT”: