
Cezar Almeida, head da Yevo. Foto: Divulgação
A Benner, um dos maiores players de software de gestão do país, segue com a sua estratégia de lançamento de operações independentes, com a criação da Yevo, uma spin off do seu produto focado em recursos humanos.
Lançada com um investimento inicial de R$ 5 milhões, a Yevo foca exclusivamente em gestão de desempenho, focando em desenvolvimento de competências, feedback e o acompanhamento das metas.
É um nicho em alta, embalado pela adoção de muita empresa dos chamados OKRs, um sistema de administração de projetos baseado em engajamento em torno de metas mensuráveis e dinâmicas, geralmente definidas por trimestre.
Dentro da Benner segue o produto Benner RH, que atende desde a admissão até as questões legais e trabalhistas, como folha de pagamento e recolhimento de impostos, tudo de forma digital (o que se conhece no mercado pela sigla HCM).
Para liderar a nova empresa, a Benner trouxe Cezar Almeida, um profissional com 30 anos de experiência no nicho de RH.
Almeida trabalhou nos últimos anos para a Ford, atuando como coach dos empresários à frente de concessionárias da marca.
Ele também é investidor e está no board da QRPoint, uma startup paulista que criou um sistema de ponto digitalizado.
Além disso, Almeida foi presidente do capítulo baiano da Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH) durante o triênio 2016 – 2018 e hoje ocupa o cargo de vice-presidente do Conselho Deliberativo da ABRH Brasil.
A Benner tem grandes ambições para a nova marca, falando em fechar o ano com 20 mil usuários ativos e chegar a um crescimento “de três dígitos” para o ano de 2023.
A solução não possui custo fixo, tampouco de implantação. Apenas o valor por pessoa.
“Entre as principais dores do mercado de RH estão a dificuldade de parametrizar, uma vez que isso não é realizado pelo TI, mas sim pelo próprio gestor de RH. Além disso, existe a dificuldade de utilização dos softwares. Atualmente, a lógica dessas ferramentas está embarcada em grandes ERPs de sistema de RH, muitas vezes desatualizados tecnologicamente, mais pesados e difíceis de utilizar”, avalia Almeida
Esse é o terceiro spin off criado pela Benner desde 2021.
A empresa parece estar dando uma sacudida geral no porfólio, identificando empresas com produtos mais focados capazes de atuar por conta própria.
A primeira spin off foi a Otto HX, focada em atender secretarias de saúde, assim como laboratórios, hospitais e clínicas de médio porte. O investimento foi de R$ 4,5 milhoes.
Logo depois, veio a Extrajuris, uma spin off focada no nicho de resolução de disputas online, o que se conhece no jargão jurídico como uma ODR.
De origem catarinense, a Benner hoje tem matriz em São Paulo, além de unidades em Blumenau, Rio de Janeiro, Brasília, Belo Horizonte, Maringá e Curitiba. Ao todo, são 1,3 mil colaboradores.
A Benner está há algum tempo tentando novas maneiras de atuar. Em 2016, foi feita uma grande reoganização, com a saída de três executivos com participação no grupo, a criação de duas vice-presidências e um centro de serviços compartilhados.
Depois, em 2018, a companhia trouxe um novo CEO, Bruno Primatti, um executivo vindo da Totvs, onde era diretor executivo para varejo, com uma passagem anterior pela Bematech, onde foi vice-presidente executivo.
O plano era que no ano seguinte Benner passasse ao conselho de administração da empresa, mas o que aconteceu foi que Primatti deixou a empresa discretamente no final de 2019, para abrir em seguida uma startup focada no segmento de saúde, a Saúde com miHmo.
Na época da contratação de Primatti, a Benner divulgou uma meta de chegar a R$ 500 milhões em faturamento até 2020, o que acabou não acontecendo. A receita em 2020 foi de R$ 304 milhões.
Podem vir novas spin offs por aí: a Benner tem produtos nas áreas de saúde (operadoras e hospitais); jurídico; RH; logística e supply chain; ERP; e turismo corporativo.