
Segredos de negócios guardados a sete chaves não são mais diferencial competitivo, muito menos alavancas para o sucesso. A opinião é do presidente da Datasul, Jorge Steffens, que na segunda-feira, 31, realizou um webpannel expondo a nova aposta da companhia joinvilense: a abertura de código, voltada ao conceito de ergonomia de software.
O executivo, entretanto, não revela que partes dos softwares da Datasul serão abertas, nem sob qual licença. O investimento nesta iniciativa, bem como as perspectivas de retorno com a mesma, também não foram divulgados.
Apesar do mistério, Steffens é categórico: os códigos super-protegidos, especialmente de softwares de gestão, estão com seus dias contados. “No mundo das software houses são poucos os segredos relacionados com a funcionalidade oferecida. Há 20 anos, o algoritmo do MRP (Material Requirements Planning) era o pulo do gato dos ERPs. Atualmente, a lógica do MRP é de domínio público”, declarou.
De acordo com o presidente, hoje, para atender à demanda de um cliente, um software não se vale mais unicamente de suas funcionalidades, mas de sua capacidade ergonômica. Traduzindo, a adaptação do sistema informatizado à necessidade humana, e não somente a oferta pronta de seus recursos, é que seria seu diferencial. E é aí que entra a importância da abertura de códigos, conforme Steffens. “As software houses deveriam se reunir em comunidades de desenvolvimento colaborativo”, defende.
Comunidade
Como sugestão, Steffens propõe a criação da SoftCon - Comunidade para o Desenvolvimento Colaborativo de Software. A entidade teria como foco a análise de requisitos para a melhoria da ergonomia de determinados componentes de software.
“Um grupo como este pode oferecer vantagens como a melhoria do relacionamento com bases de clientes e, é claro, a produção de softwares mais aderentes às necessidades do mercado”, argumenta. “Além disso, teríamos a extensão de talentos técnicos disponíveis nas empresas, sem falar na redução de custos de desenvolvimento”, complementa.
Web 2.0 no foco
Inicialmente, a Datasul propõe que a SoftCon tenha como foco a Web 2.0. A idéia seria criar componentes de interface para este conceito de Internet totalmente baseados na usabilidade.
O bazar e a catedral
“Ainda é uma idéia para ser aprofundada”, pondera Steffens. “Porém, é o momento de se pensar nisso, visto que cada vez mais até os grandes players do mercado, como Microsoft e Google, começam a investir nisso. É uma tendência, não se pode negar. Está na hora de sair da catedral e ir para o bazar”, finalizou, citando um conceito bastante lembrado pelo executivo catarinense em seu blog. Na página, a catedral é entendida como o mundo do software proprietário, enquanto o bazar é o desenvolvimento colaborativo.
SAP também faz mistério
Outra que não esconde os planos de aderir ao open source, mas também não revela detalhes da estratégia, é a SAP. A companhia anunciou a poucas semanas que pretende aderir à abertura de código ainda este ano, liberando entre 70% e 80% de seus softwares.
"Nossos desenvolvedores terão de cuidar dos 20% ou 30% restantes", declarou o presidente da SAP América Latina, José Duarte.
O texto na íntegra pode ser lido no Baguete pelo link abaixo.
Do outro lado
Enquanto os grandes se anunciam no campo do código aberto, a comunidade de software livre apresenta seus prós e contras à iniciativa. Conforme o coordenador geral da ASL.org, Sady Jacques, é muito bom que empresas como SAP e Datasul abram os olhos para as possibilidades do desenvolvimento colaborativo, porém, desde que não pretendam colaborar só com elas mesmas.
“Com a abertura de código e desenvolvimento colaborativo, as empresas obtém inúmeras vantagens, a começar pela redução nos custos de produção, aumento da produtividade, entre outros”, declara Jacques. “Porém, as companhias têm também de dar um retorno, contribuir com a comunidade de software livre, e também aproveitar seus mercados para dar expansão aos códigos já disponíveis, como ocorre no caso dos sistemas de gestão”, completa.
O executivo, entretanto, não revela que partes dos softwares da Datasul serão abertas, nem sob qual licença. O investimento nesta iniciativa, bem como as perspectivas de retorno com a mesma, também não foram divulgados.
Apesar do mistério, Steffens é categórico: os códigos super-protegidos, especialmente de softwares de gestão, estão com seus dias contados. “No mundo das software houses são poucos os segredos relacionados com a funcionalidade oferecida. Há 20 anos, o algoritmo do MRP (Material Requirements Planning) era o pulo do gato dos ERPs. Atualmente, a lógica do MRP é de domínio público”, declarou.
De acordo com o presidente, hoje, para atender à demanda de um cliente, um software não se vale mais unicamente de suas funcionalidades, mas de sua capacidade ergonômica. Traduzindo, a adaptação do sistema informatizado à necessidade humana, e não somente a oferta pronta de seus recursos, é que seria seu diferencial. E é aí que entra a importância da abertura de códigos, conforme Steffens. “As software houses deveriam se reunir em comunidades de desenvolvimento colaborativo”, defende.
Comunidade
Como sugestão, Steffens propõe a criação da SoftCon - Comunidade para o Desenvolvimento Colaborativo de Software. A entidade teria como foco a análise de requisitos para a melhoria da ergonomia de determinados componentes de software.
“Um grupo como este pode oferecer vantagens como a melhoria do relacionamento com bases de clientes e, é claro, a produção de softwares mais aderentes às necessidades do mercado”, argumenta. “Além disso, teríamos a extensão de talentos técnicos disponíveis nas empresas, sem falar na redução de custos de desenvolvimento”, complementa.
Web 2.0 no foco
Inicialmente, a Datasul propõe que a SoftCon tenha como foco a Web 2.0. A idéia seria criar componentes de interface para este conceito de Internet totalmente baseados na usabilidade.
O bazar e a catedral
“Ainda é uma idéia para ser aprofundada”, pondera Steffens. “Porém, é o momento de se pensar nisso, visto que cada vez mais até os grandes players do mercado, como Microsoft e Google, começam a investir nisso. É uma tendência, não se pode negar. Está na hora de sair da catedral e ir para o bazar”, finalizou, citando um conceito bastante lembrado pelo executivo catarinense em seu blog. Na página, a catedral é entendida como o mundo do software proprietário, enquanto o bazar é o desenvolvimento colaborativo.
SAP também faz mistério
Outra que não esconde os planos de aderir ao open source, mas também não revela detalhes da estratégia, é a SAP. A companhia anunciou a poucas semanas que pretende aderir à abertura de código ainda este ano, liberando entre 70% e 80% de seus softwares.
"Nossos desenvolvedores terão de cuidar dos 20% ou 30% restantes", declarou o presidente da SAP América Latina, José Duarte.
O texto na íntegra pode ser lido no Baguete pelo link abaixo.
Do outro lado
Enquanto os grandes se anunciam no campo do código aberto, a comunidade de software livre apresenta seus prós e contras à iniciativa. Conforme o coordenador geral da ASL.org, Sady Jacques, é muito bom que empresas como SAP e Datasul abram os olhos para as possibilidades do desenvolvimento colaborativo, porém, desde que não pretendam colaborar só com elas mesmas.
“Com a abertura de código e desenvolvimento colaborativo, as empresas obtém inúmeras vantagens, a começar pela redução nos custos de produção, aumento da produtividade, entre outros”, declara Jacques. “Porém, as companhias têm também de dar um retorno, contribuir com a comunidade de software livre, e também aproveitar seus mercados para dar expansão aos códigos já disponíveis, como ocorre no caso dos sistemas de gestão”, completa.