Carreira: a ordem é planejar

Anos e anos de estudo, especializações em instituições brasileiras e internacionais, experiência incontestável em cargos diversos, e mesmo assim a carreira não decola – ou pelo menos não de maneira satisfatória para a realização do profissional. Parece exagero, mas este é um caso mais comum do que se pensa no mercado de TI. E o segredo pode estar no planejamento de carreira, ou melhor: na falta dele.

Especializada no tema, a diretora da TI –Works - Gestão de Recursos Humanos, Giovana Strano, diz que é preciso começar pelo básico.

28 de agosto de 2006 - 15:28
Carreira: a ordem é planejar
Anos e anos de estudo, especializações em instituições brasileiras e internacionais, experiência incontestável em cargos diversos, e mesmo assim a carreira não decola – ou pelo menos não de maneira satisfatória para a realização do profissional. Parece exagero, mas este é um caso mais comum do que se pensa no mercado de TI. E o segredo pode estar no planejamento de carreira, ou melhor: na falta dele.

Especializada no tema, a diretora da TI –Works - Gestão de Recursos Humanos, Giovana Strano, diz que é preciso começar pelo básico. O curriculum vitae, por exemplo, pode ser o início da ascensão ou da queda de um profissional na relação com uma empresa ou cargo almejado.

“O currículo precisa ser completo. Para isso, deve conter todas as informações sobre a pessoa, suas especializações e experiências”, destaca Giovana. Segundo ela, é muito comum os executivos da TI detonarem o próprio currículo na ânsia de torna-lo conciso. “Existe por aí a famosa lei das duas páginas, mas esta nem sempre é a medida certa. Na TI, geralmente as pessoas começam a trabalhar cedo, passando por muitas empresas e desenvolvendo diversos projetos temporários. Tudo isso precisa constar no currículo e, se para isso ele tiver de ter mais folhas, que tenha”, enfatiza a diretora.

Outro descuido freqüente é a desorganização das informações. Conforme Giovana, o ideal é ordenar tanto as experiências profissionais – inclusive as autônomas ou temporárias – quanto as especializações, cursos e atividades afins em ordem de atualidade, indo do mais recente para o mais antigo.

Mas o currículo é só o começo. Além dele, um bom plano de carreira inclui diversas outras ações. “É primordial, por exemplo, pensar a trajetória profissional a longo prazo”, explica Giovana. “Quando se ingressa no mercado, é preciso saber o que se quer, onde se pretende chegar. A partir disso, se determina o que fazer, como agir, para chegar ao objetivo estipulado”, diz.

De acordo com a especialista, este “pensamento a longo prazo” evita certos deslizes que podem afastar o profissional de suas metas. “O planejamento beneficia o crescimento, evitando, por exemplo, a prática errônea de pular de oportunidade em oportunidade sem avaliar vantagens e riscos”, ressalta a consultora. “Se tiver um projeto a seguir, o colaborador não ficará mudando de emprego constantemente, impulsionado apenas por propostas salariais. Ele terá outras coisas a levar em conta, e saberá se as chances que surgirem lhe conduzirão ou não à conquista de seus objetivos”, acrescenta.

A diretora da TI Works também ensina que é preciso ampliar a visão: nem sempre um cargo alto valoriza o profissional. “Aceitar e assumir um cargo de diretoria, por exemplo, pode ser um mau passo na carreira se a empresa para a qual o profissional se destinar for de menor porte ou menor valor/respeito no mercado do que aquela onde estava, embora em um posto mais baixo. Nestes casos, pode haver uma quebra na trajetória: de ascensão para queda”, alerta ela.

Giovana explica que o serviço de planejamento de carreira inclui consultoria, análise de perfil técnico e assistência psicológica. Porém, para quem quiser ir se organizando por conta própria, a especialista dá algumas dicas:

- Ao escolher uma profissão, pense no que você gosta MUITO de fazer. Qualquer pessoa se dedica mais a atividades que lhe são prazerosas. E nada de vergonha ou medo se a primeira escolha não se confirmar como a mais certa – a própria Giovana começou como Desenvolvedora, passando a Analista de Sistemas e Gestora de Projetos. Depois, conheceu a área de RH, se apaixonou e voltou-se para sua verdadeira vocação.
- Pense sua carreira a longo prazo. Defina metas, aspirações profissionais e pessoais e, a cada oportunidade de trabalho, avalie as condições oferecidas para que tudo isso seja alcançado.
- Saiba que a carreira é responsabilidade sua, e não de seu empregador. Muitas pessoas só se dão conta disso em situações extremas, como no momento da perda do emprego. Por isso, busque sempre possibilidades de se manter atualizado e de desenvolver as habilidades que são necessárias para a posição que almeja alcançar.