
Exemplo de um hologrma criado por Carlos e Evandro
A dupla de analistas de sistemas Evandro Luiz Müller e Carlos H. Schmitt, ambos de 25 anos, e ambos de Campo Bom – a 57 quilômetros de Porto Alegre – aproveitou as horas vagas e criou um método para simplificar a captura de hologramas.
Pensa que é coisa pouca? Só para relembrar, a aparição mais memorável da tecnologia que habita os sonhos de nerds mundo a fora se deu no filme Guerra nas Estrelas (Star Wars, 1977).
O orçamento da produção de George Lucas foi de US$ 13 milhões. O retorno compensou: só na semana de estreia nos Estados Unidos foram arrecadados US$ 35 milhões.
Bem mais modestos e despretensiosos, Evandro e Carlos usaram uns gadgets que tinham em casa e seu conhecimento de programação e fotografia. Tudo pela brincadeira.
“Fazemos isto por hobbie, já ficaremos realizados se as pessoas utilizarem o nosso software e contribuíssem com ideias para melhorá-lo ainda mais. É uma diversão para nós”, diz Evandro.
Como funciona
O software que eles desenvolveram é o Hologram 3D um WebApp que roda no Safari (navegador da Apple) e não requer instalação.
A ideia básica é simples, como explica Evandro: “Sabe quando a gente bate uma fotografia e ela fica tremida? É porque, enquanto a câmera estava capturando a imagem, a câmera (ou o objeto) se movimentou, deixando um rastro. A foto com o holograma segue o mesmo princípio”.
Nos hologramas fotografados pela dupla (confira um com o nome Baguete na foto abaixo), o objeto é um iPad, configurado para emitir uma sequência de luzes que, ao serem registrados pela câmera, resultem em uma palavra em 3D com efeito de holograma.
“Tudo é uma questão de controle de tempo, movimento e abertura. A sincronia entre registrar a foto e passar o iPad na frente é fundamental para potencializar este efeito”, disse Evandro.
Solução simplificada...
Segundo o analista, se quem for tentar fazer em casa já tiver conhecimento de fotografia de longa exposição, ajuda. Mas ele não desestimula aventureiros.
“Existem diversos tutoriais e instruções na Internet para aprender sobre este efeito”, consola.
Sabendo isso, diz Evandro, o resto é fácil. Basta ter um ambiente com baixa iluminação, o iPad e “dedicação”.
Basta acessar o endereço com a web app (URL nos links relacionados abaixo), e salvar um favorito na tela. O link se tornará uma aplicação, que necessita de acesso a internet para ser executada.
“É só escrever a ou as palavras que se deseja fotografar e executar. Se ficar olhando para tela do iPad só vai ver ela piscando uns retângulos, mas ao tirar a foto, a palavra digitada irá aparecer”, explica Evandro.
… inspiração sofisticada
A ideia para as fotos de hologramas vem do projeto do Dentsu London e BERG, um grupo que criou um sistema cujos princípios são similares, porém se utiliza de vídeos para criar produções em movimento.
“O problema é que só eles conseguem criar, não existe solução para nós meros mortais. A nossa solução não é tão sofisticada, mas permite o mais importante no nosso ponto de vista: tornar o processo fácil e viável”, completa Evandro.