
A nova Lei 11.705, que altera o Código de Trânsito Brasileiro e institui tolerância zero à dobradinha álcool/direção, encheu os motoristas de dúvidas.
Antes, quem apresentasse até seis decigramas de álcool por litro de sangue (o equivalente a dois copos de cerveja) passava no teste do bafômetro. Agora, o sujeito que for pego com 0,3 miligramas por litro leva, além de multa de R$ 955, uma punição que varia de perda da carteira de motorista por 12 meses à cadeia.
O Baguete entrou em contato com a coordenadora do Departamento de Medicina da Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (Abramet), Júlia Grevi, para esclarecer algumas das questões mais freqüentes sobre o tema. Confira as respostas antes de pegar o volante no fim de semana.
Quanto tempo o álcool fica no sangue após o consumo?
Júlia Grevi - Para um copo de cerveja, uma taça de vinho, o tempo de eliminação pelo organismo fica em cerca de seis horas. Pode ser que seja metabolizado antes, dependendo da velocidade com que a pessoa ingeriu a bebida, se acompanhou com comida, entre outros fatores. Já uma dose de uísque pode ficar por até 24 horas circulando pelo corpo do motorista.
Uma sobremesa como sagu, que leva álcool na composição, pode ser detectada pelo bafômetro?
Júlia Grevi - Sim, pela atual lei, mas só se o motorista tiver comido grande quantidade da sobremesa. Por exemplo: em um bombom de licor, seria necessário ter pelo menos uma dose da bebida – em torno de 10 a 15 ml – para ser significativo. O doce geralmente tem bem menos do que isso, além de ir para o organismo misturado com o chocolate, o que irá retardar a metabolização.
E ainda assim sempre há a lei do bom senso: se o teor de álcool for realmente muito baixo, a pessoa não apresentará sinais de embriaguez. É uma questão de fiscalização, mas não creio que em uma blitz um motorista que tenha ingerido somente sagu ou um bombom de licor será pego pelo bafômetro.
E medicamentos à base de álcool, como os utilizados na homeopatia?
Júlia Grevi - Também são detectados. Porém, estes remédios são usualmente pingados na boca do paciente. É o mesmo caso dos enxaguantes bucais.
Nestes casos, o recomendável é esperar uns dez minutos, que serão suficientes para que o hálito se disperse, já que o bafômetro analisa ar, e o ar que passar pela boca conterá álcool. Um bochecho com água, para remover resquícios do remédio ou do enxaguante, também ajuda, já que a idéia da nova lei é medir o teor alcoólico presente no sangue do motorista, não em sua boca.
Comparado a outras drogas, o álcool é mais prejudicial na direção?
Júlia Grevi – Todas as drogas de ação no sistema nervoso central são perigosas para o ato de dirigir. No caso das ilícitas, só o fato de consumi-las já será um crime.
Já com relação a medicamentos como psicotrópicos, indutores de sono e outros, o correto é fazer uma avaliação médica para saber quais as reações do remédio sobre o paciente, se afeta sua coordenação motora e reflexos, etc.
Mas tratando particularmente de trânsito, acredito que o álcool seja ainda a droga mais perigosa, pois muito mais gente ingere bebidas, visto que são vendidas em qualquer lugar, legal e abertamente para maiores de idade.
Bafômetro não está só
A Abramet também informa que o bafômetro não é o único método que pode ser utilizado para medir o grau de embriaguez de uma pessoa. Além dele, também podem ser usados o exame de sangue e o exame clínico, que indicará sinais como falta de coordenação motora, olhos vermelhos, entre outros.
Porém, para exigir testes além do bafômetro, o policial terá de apresentar evidências contra o motorista. Testemunhas atestando sua embriaguez também valem.
Mais dúvidas
Após ler esta notícia no portal, vários leitores do Baguete nos encaminharam outras dúvidas com relação ao tema. Todas as perguntas foram encaminhadas à Abramet.
Antes, quem apresentasse até seis decigramas de álcool por litro de sangue (o equivalente a dois copos de cerveja) passava no teste do bafômetro. Agora, o sujeito que for pego com 0,3 miligramas por litro leva, além de multa de R$ 955, uma punição que varia de perda da carteira de motorista por 12 meses à cadeia.
O Baguete entrou em contato com a coordenadora do Departamento de Medicina da Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (Abramet), Júlia Grevi, para esclarecer algumas das questões mais freqüentes sobre o tema. Confira as respostas antes de pegar o volante no fim de semana.
Quanto tempo o álcool fica no sangue após o consumo?
Júlia Grevi - Para um copo de cerveja, uma taça de vinho, o tempo de eliminação pelo organismo fica em cerca de seis horas. Pode ser que seja metabolizado antes, dependendo da velocidade com que a pessoa ingeriu a bebida, se acompanhou com comida, entre outros fatores. Já uma dose de uísque pode ficar por até 24 horas circulando pelo corpo do motorista.
Uma sobremesa como sagu, que leva álcool na composição, pode ser detectada pelo bafômetro?
Júlia Grevi - Sim, pela atual lei, mas só se o motorista tiver comido grande quantidade da sobremesa. Por exemplo: em um bombom de licor, seria necessário ter pelo menos uma dose da bebida – em torno de 10 a 15 ml – para ser significativo. O doce geralmente tem bem menos do que isso, além de ir para o organismo misturado com o chocolate, o que irá retardar a metabolização.
E ainda assim sempre há a lei do bom senso: se o teor de álcool for realmente muito baixo, a pessoa não apresentará sinais de embriaguez. É uma questão de fiscalização, mas não creio que em uma blitz um motorista que tenha ingerido somente sagu ou um bombom de licor será pego pelo bafômetro.
E medicamentos à base de álcool, como os utilizados na homeopatia?
Júlia Grevi - Também são detectados. Porém, estes remédios são usualmente pingados na boca do paciente. É o mesmo caso dos enxaguantes bucais.
Nestes casos, o recomendável é esperar uns dez minutos, que serão suficientes para que o hálito se disperse, já que o bafômetro analisa ar, e o ar que passar pela boca conterá álcool. Um bochecho com água, para remover resquícios do remédio ou do enxaguante, também ajuda, já que a idéia da nova lei é medir o teor alcoólico presente no sangue do motorista, não em sua boca.
Comparado a outras drogas, o álcool é mais prejudicial na direção?
Júlia Grevi – Todas as drogas de ação no sistema nervoso central são perigosas para o ato de dirigir. No caso das ilícitas, só o fato de consumi-las já será um crime.
Já com relação a medicamentos como psicotrópicos, indutores de sono e outros, o correto é fazer uma avaliação médica para saber quais as reações do remédio sobre o paciente, se afeta sua coordenação motora e reflexos, etc.
Mas tratando particularmente de trânsito, acredito que o álcool seja ainda a droga mais perigosa, pois muito mais gente ingere bebidas, visto que são vendidas em qualquer lugar, legal e abertamente para maiores de idade.
Bafômetro não está só
A Abramet também informa que o bafômetro não é o único método que pode ser utilizado para medir o grau de embriaguez de uma pessoa. Além dele, também podem ser usados o exame de sangue e o exame clínico, que indicará sinais como falta de coordenação motora, olhos vermelhos, entre outros.
Porém, para exigir testes além do bafômetro, o policial terá de apresentar evidências contra o motorista. Testemunhas atestando sua embriaguez também valem.
Mais dúvidas
Após ler esta notícia no portal, vários leitores do Baguete nos encaminharam outras dúvidas com relação ao tema. Todas as perguntas foram encaminhadas à Abramet.