
Antônio Neto.
A chapa encabeçada pelo atual presidente do Sindpd, Antonio Neto, teve uma vitória folgada nas eleições realizadas na semana passada, consolidando o poder de Neto à frente do maior sindicato do país na área de TI.
Neto, no comando da entidade desde 1989, levou 87% dos 4837 votos válidos, ficando bem na frente da chapa encabeçada por José Ribamar Dantas, ex-diretor do Sindpd e presidente do Partido Pátria Livre (PPL) de Diadema.
Para quem se interessa por acompanhar partidos políticos nanicos, o PPL foi fundado em 2011 por integrantes do Movimento Revolucionário Oito de Outubro (MR-8).
Seguindo com curiosidades políticos-partidárias, o Sindpd está ligado à Central dos Sindicatos Brasileiros, também presidida por Neto e que se define como “varguista”.
A participação nas eleições do Sindpd foi baixa em termos absolutos (menos de 10% dos filiados votaram), mas relativamente alta para eleições dentro do movimento sindical.
A eleição contou com urnas instaladas na sede do sindicato, na capital paulista, nas dez regionais espalhadas por todo o estado de São Paulo, além de urnas itinerantes pelas principais empresas. O Sindpd diz ter 55 mil trabalhadores filiados.
Neto segue fortalecido para a que promete ser uma campanha salarial interessante, na qual o sindicato quer levantar a bandeira da regulamentação das profissões de TI e da semana de 30 horas de trabalho para o setor sem redução de salários na sua campanha salarial de 2017.
Em 2011, o Sindpd já conquistou a redução da jornada de 44h, como é a regra geral no país, para 40h. Essa é a jornada também no Paraná e Pernambuco. No Rio Grande do Sul e Santa Catarina, a mesma é de 44h.
A meta de 30h, no entanto, é uma proposição muito mais ousada da parte do Sindpd, em um momento que o sindicalismo brasileiro se organiza em torno da defesa do status quo em antecipação aos planos do governo Temer de reformar as leis trabalhistas do país.
Em setembro, o ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira (PTB), inclusive sinalizou com a possibilidade de aumentar o número de horas extra.
Uma jornada de 30h colocaria o setor de TI paulista com uma carga de trabalho menor do que a de diversos países europeus e em linha com categorias com regimes especiais de trabalho como enfermeiros e professores no país.