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Oficina de carro elétrico, o negócio do futuro?

Porto Digital fez as contas e encontrou um mercado bilionário em pouco tempo.

22 de setembro de 2025 - 08:36
A oficina do futuro. Foto: Depositphotos.

A oficina do futuro. Foto: Depositphotos.

Uma oficina mecânica para carros elétricos pode virar um negócio para lá de promissor no Brasil já no curto prazo.

Quem garante é o Porto Digital, hub de inovação pernambucano que está entre os maiores do país. 

Pelas contas do Porto Digital, o mercado de manutenção de veículos elétricos deve chegar a R$ 5 bilhões por ano até 2030 no Brasil.

Deste total, pelo menos a metade deve ficar fora da rede de concessionárias, na mão de oficinas independentes.

Nessa fatia dos independentes, cerca de R$ 500 milhões devem cair na mão de empresas médias (o Porto Digital não chega a definir em detalhes o que isso significa na sua nota). 

O estudo do Porto Digital estima que, após o fim do período de garantia (entre 3 e 5 anos), grande parte da frota estará exposta à necessidade de manutenção fora das concessionárias. 

As contas do Porto Digital são considerando  2 milhões de veículos até 2030 e gasto médio de R$ 2.500 por ano em manutenção

O valor seria gasto em reparos especializados, peças eletrônicas e atualizações de sistemas embarcados.  

Vale destacar que o Brasil ainda está longe de ter milhões de carros elétricos na rua, apesar do crescimento rápido nos últimos tempos.

Em agosto de 2025, o Brasil registrou 25.297 emplacamentos de veículos eletrificados, sendo 7.603 puramente elétricos, com crescimento de 48,8% em relação a agosto de 2024. 

No acumulado de janeiro a agosto, foram 164.457 unidades, alta de 50,5% sobre o mesmo período no ano anterior, representando 10,5% do total de automóveis e comerciais leves emplacados no país. 

Estimativas apontam para uma frota de cerca de 500 mil veículos eletrificados em circulação, equivalente a 1,1% da frota nacional (automóveis e comerciais leves). 

Para o Porto Digital, o problema no futuro deve ser falta de mão de obra que possa trabalhar nas oficinas. 

“Sem capital humano qualificado, o Brasil corre o risco de assistir à revolução elétrica de fora. Precisamos agir agora, com políticas de requalificação, fomento à formação técnica e apoio à inovação. Isso inclui infraestrutura, certificações, ferramentas de diagnóstico e, sobretudo, capital humano qualificado”, afirma Luíz Maia, professor de Economia e Finanças na UFRPE e pesquisador do Porto Digital.

Ao contrário dos carros a combustão, veículos elétricos exigem menos peças móveis e trocas de óleo — mas muito mais conhecimento em eletrônica de potência, software e sistemas digitais. 

Elementos como o BMS (Battery Management System), as ECUs (Electronic Control Units) e os sensores de condução autônoma exigem técnicos aptos a diagnosticar falhas digitais, atualizar firmwares e substituir módulos com segurança.