
Relógio de luxo é um objeto de status. Foto: Pexels.
Relógios de pulso de luxo são objetos cobiçados há pelo menos um século. A ideia de amarrar os relógios, que antes ficavam no bolso, popularizaram-se a partir da Primeira Guerra Mundial (1914-1918), já que os soldados precisavam de um jeito mais simples e rápido de ver as horas.
O aviador brasileiro Santos Dumont teria ajudado a popularizar o objeto alguns anos antes, por volta de 1905, a fim de poder ver as horas enquanto voava. A invenção, no entanto, data de 1868, quando Antoni Patek e Adrien Philippe, fundadores da empresa Patek-Philippe, consolidaram o relógio de pulso como um adereço feminino.
Com a chegada ao mercado dos primeiros smartwatches, principalmente a partir dos anos 2000, muitos especialistas acreditavam que a indústria do relógio de luxo entraria em decadência.
Afinal, quem seguiria comprando um relógio no qual é apenas possível ver as horas, enquanto uma nova linha de produtos permite também ler mensagens ou controlar os batimentos cardíacos?
Mas não foi bem o que aconteceu. No final das contas, os relógios das marcas de luxo não são um produto para consumidor final como outros, mas um sinalizador de prestígio e distinção.
A equipe do site de blackjack Betway fez uma análise interessante sobre quais relógios seriam os melhores investimentos para a próxima década. A fim de estabelecer o melhor guia de compras para esse tipo de produto, o levantamento focou nos 10 relógios mais caros do mercado mundial e também em relógios de alto valor apreciativo.
Nos últimos cinco anos, por exemplo, as marcas de relógios mais procuradas no Google - baseadas em estatísticas globais do Google Trends - foram, em ordem, as seguintes: Hublot (52%), Rolex (22%), Tudor (10%), Omega (5%) e IWC (4%). A exceção à regra foi a Tag Heuer (-63%).
Quando o assunto são os dez modelos mais valiosos de relógios, há um domínio completo das suíças Patek Philippe e Rolex. O modelo Grandmaster Chime, da Patek Philippe, está avaliado em mais de R$ 170 milhões, enquanto que o Rolex Paul Newman Daytona chega a custar mais de R$ 97 milhões.
No entanto, em uma avaliação relativa ao investimento, os dados apontam que o Rolex Cosmograph Daytona foi o que mais se valorizou nos últimos anos: alta de 251%. Atualmente, este relógio custa pouco mais de R$ 72 mil, mas deve ter seu valor elevado para até R$ 108 mil até o ano de 2030.
O domínio é todo suíço, uma vez que o segundo lugar no segmento de valorização ficou com o Navitimer, da Breitling, que cresceu 169%. Já na avaliação do crescimento de valor para a próxima década, o Rolex Cosmograph Daytona é seguido pelo modelo Portugieser Chronograph, da também suíça IWC, que atualmente custa R$ 48,7 mil e que, daqui a dez anos, valerá R$ 63,8 mil.
Em setembro, a Apple, em seu primeiro evento totalmente online devido à pandemia do Coronavírus, lançou o Apple Watch Series 6. Dependendo do tamanho, é possível adquirir esse relógio por US$ 399 ou US$ 429, em entrega realizada pelo correio. A novidade da Apple tem recursos como a detecção do nível de oxigênio no sangue.
O diretor de operações da Apple, Jeff Williams, chegou a dizer que esse mais recente modelo redefine completamente o que um relógio é capaz de desenvolver, arquivar e exibir. Seria esse tipo de produto, portanto, responsável por fazer com que os relógios de luxo sucumbam a uma fatia cada vez mais ínfima do mercado?
Conforme o levantamento feito pela Betway, focado na valorização dos relógios de luxo, não. A tendência é que os relógios de luxo mantenham-se em um lugar de destaque por meio de adequações e reinvenções de suas marcas, modelos e marketing.
As revoluções dos relógios de quartzo, nos anos 1970, digitais e smartwatches, nas décadas seguintes, comprovaram a força dessa indústria para sobreviver a adversidades impostas por um mercado cheio de consumidores sedentos por novidades - mas também por clássicos.
Não deve ser diferente agora, na próxima e nas seguintes décadas. Com isso, a valorização de um produto consagrado, clássico e sinônimo de investimento, como são os relógios de luxo, só tende a aumentar e a se consolidar.