Um balde de água fria

O fim da validade da MP do Bem, causada pela não votação da medida até o fim do prazo previsto, nesta quinta-feira, 13, foi recebida como um balde de água fria pelo empresariado de Florianópolis. Cidade com grande presença do setor eletro-eletrônico – aproximadamente 130 empresas participam da APL Local –, a capital catarinense tinha muito a ganhar com a aprovação, principalmente no que diz respeito à isenção de PIS/Confins para computadores com preços inferiores a R$2.400.
13 de outubro de 2005 - 17:29
Um balde de água fria
O fim da validade da MP do Bem, causada pela não votação da medida até o fim do prazo previsto, nesta quinta-feira, 13, foi recebida como um balde de água fria pelo empresariado de Florianópolis. Cidade com grande presença do setor eletro-eletrônico – aproximadamente 130 empresas participam da APL Local –, a capital catarinense tinha muito a ganhar com a aprovação, principalmente no que diz respeito à isenção de PIS/Confins para computadores com preços inferiores a R$2.400.

“Novamente, prevaleceu a visão do governo de não apostar no crescimento da economia”, reclama Norberto Dias, diretor de Telecomunicações da Acate e presidente da Cianet, especializada em soluções de comunicação digital. Dias relata que seus planos de dar “uma entrada decidida” no mercado do Mercosul devem ser adiados. “Seguiremos fazendo exportações sazonais, em cima de oportunidades que surjam”, comenta.

Outro descontente é o presidente da Acate, Alexandre d’Ávila da Cunha (na foto da capa). “Acho que isso vai complicar a instalação de novas fábricas, como a da Rumo Norte, em Palhoça, ou a que investidores asiáticos pretendiam colocar em Joinville”, avalia Cunha, que vê na atração de investimentos estrangeiros o grande problema. “Como vamos explicar para essa gente que a lei que valia ontem não vale mais hoje?”, questiona.

A MP não foi à votação devido a uma manobra da base governista, que esvaziou o plenário na terça, 11. O problema estaria nas modificações introduzidas pelo Senado no texto, que ampliaram muito o escopo do mesmo. Em declarações publicadas pela Folha Online na tarde da quinta, 13, o presidente da Câmara, Aldo Rabelo, afirmou “não saber” quando um projeto de teor semelhante poderia vir a ser votado no futuro.